O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, com apoio da Embrapa, realizou em Manaus (AM), no dia 3 de maio, o terceiro encontro da série de oficinas temáticas Desafios para o Desenvolvimento, que vem discutindo os desafios dos sistemas agroalimentares nos biomas brasileiros. Nessa edição do encontro, que discutiu o tema Agricultura Sustentável no Bioma Amazônia, participaram mais de 70 representantes de instituições relacionadas ao setor agrícola de diversos estados da região amazônica, envolvendo órgãos governamentais e não governamentais, pesquisadores, empresários e representantes de organizações de produtores rurais.
Esta oficina faz parte da série de oficinas temáticas ‘Desafios para o Desenvolvimento’, em que já foram realizadas duas edições, no mês de abril, abordando os biomas Cerrado e Caatinga. Estão previstas oficinas ainda neste semestre sobre os biomas Mata Atlântica , Pantanal e Pampa.
O representante do BID no Brasil, Hugo Timorán, presente no encontro em Manaus, ressaltou a importância da parceria com a Embrapa e com o Brasil e explicou que as oficinas permitem obter um diagnóstico da realidade local, para apoiar estratégias para uma agenda de desenvolvimento na relação do banco com o País nos próximos anos. Segundo ele, a ideia é definir também o que é possível apoiar a médio e longo prazo. As oficinas buscam adotar uma abordagem abrangente, integrada e multidimensional, que considere as dimensões econômicas, ambientais e sociais e situe a agricultura em suas relações com o urbano e os demais setores da economia. De acordo com o BID, os resultados das oficinas servirão de insumos para estudos mais aprofundados pelo banco, para que identifique os principais desafios para o desenvolvimento no País e possa preparar a Estratégia com o Brasil para os próximos quatro anos. Essas Oficinas estão sendo realizadas no contexto da elaboração da Estratégia do BID com o Brasil para o período 2019-2023, que está em elaboração durante o ano de 2018.
O diretor executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, presente no evento, agradeceu o apoio que o BID tem dado à Embrapa e às instituições do Brasil, de modo geral, em prol do desenvolvimento sustentável não só da agricultura, mas também em diversos temas importantes que tem recebido apoio do banco. Soares também ressaltou a oportunidade ímpar dessa parceria BID e Embrapa, em discutir os desafios para o desenvolvimento sustentável nos biomas brasileiros envolvendo diversos segmentos. “É vital nós promovermos esse debate e termos alinhamento e consenso com diversos atores de diversas cadeias produtivas, para isso nesses painéis estão participando não só Embrapa e BID, mas ainda a iniciativa privada, ONGs, terceiro setor, representantes e atores chave das cadeias produtivas, produtores rurais, enfim, estamos sentando à mesa, com atores chave do processo produtivo básico e do desenvolvimento econômico sustentável da agropecuária brasileira nos seus diferentes biomas”, destacou. “Pretende-se ao final ter um documento orientador com as principais diretrizes de desafios e ao mesmo tempo com oportunidades para o desenvolvimento sustentável nos biomas brasileiros”, ressaltou Soares. O documento resultante da oficina será encaminhado também aos demais parceiros participantes.
O economista do BID, José Luiz Rossi Júnior, destacou algumas questões a serem consideradas nos desafios: o setor agrícola é um dos setores brasileiros com maior aumento de produtividade e como manter esse crescimento de forma sustentável?; como obter maior eficiência das políticas públicas?; a agricultura tem importante papel em reduzir as desigualdades regionais e de renda, como atuar para promover a redução dessas desigualdades?; e como posicionar o setor agrícola do País dentro da revolução digital tecnológica? Rossi citou ainda que para o BID, um dos objetivos também é estreitar o laço com os grandes centros de pesquisa, como a Embrapa, pois o setor agrícola brasileiro tem muito a contribuir com a América Latina, em termos de pesquisa.
Também da equipe do BID, o especialista em desenvolvimento rural e agricultura Octavio Damiani, ressaltou , durante a abertura do evento, a importância de considerar a agricultura de forma ampla, como atividade que envolve diversas cadeias de valor, e que ele prefere analisar sob os pontos de vista da produtividade, inclusão e sustentabilidade. Com essa análise, ele situa o bioma Amazônia e a região Nordeste do Brasil como regiões onde existe a maior proporção de produtores rurais com baixa produtividade, maior proporção de pobres nas áreas rurais e onde apresentam graves problemas de sustentabilidade. Ressaltou que a Embrapa tem implementado esforços para desenvolver modelos de produção compatíveis com a conservação da floresta. E acrescentou que um dos desafios é aproveitar o potencial do bioma com modelos de desenvolvimento que aproveitem os recursos e ao mesmo tempo os preservem, considerando qual o papel da agricultura nesse desenvolvimento.
Durante o encontro, o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) Alfredo Homma, apresentou uma palestra sobre desafios e oportunidades para a agricultura na Amazônia, fazendo um panorama das principais atividades agropecuárias nos estados da região, índices de produtividade e a situação de culturas em potencial na região. Na oficina, foi seguida uma metodologia em que os participantes discutiram em grupos e apresentaram painéis sobre diversas questões como o potencial, os problemas e as oportunidades para a agricultura no bioma Amazônia.
O chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Celso Azevedo, no encerramento do evento, ressaltou a contribuição dos participantes da oficina em compor com diversas visões as alternativas para problemas que trazem inquietação para quem vive na região amazônica. Azevedo comentou ainda sobre a importância de propor alternativas de desenvolvimento que vão além do uso de 20% da propriedade rural na Amazônia, e considerem os 80 % da propriedade que correspondem à reserva legal em áreas de florestas, pois nessas áreas podem ser desenvolvidas atividades econômicas com tecnologias para manejo florestal madeireiro e não-madeireiro.
Na avaliação do representante do BID, Octavio Damiani, a oficina muito proveitosa com a qualidade das discussões. Em sua opinião “há grandes possibilidades para o desenvolvimento da região amazônica aproveitando os recursos do bioma e deixando de lado a dicotomia entre conservação e agricultura”, como exemplo citou entre as questões discutidas a possibilidade de promover um melhor uso das áreas que já foram desmatadas, adotando a intensificação como forma de reduzir a pressão de desmatamento em outras áreas, e ao mesmo tempo promover o maior aproveitamento das áreas de floresta através da gestão do manejo florestal, do extrativismo e da biodiversidade.
Damiani analisa que é possível promover um desenvolvimento sustentável na Amazônia e, ao mesmo tempo, é um desafio muito grande porque se tem problemas bastante complexos, como a questão fundiária, a governança, a transferência de tecnologia e necessidade de modelos tecnológicos sustentáveis que exigem serviços de extensão mais fortes que os atuais. “E todos esses processos exigem recursos, em um contexto de restrições fiscais que afetam vários estados da Amazônia que enfrentam dificuldade para acessar financiamentos”, observou, explicando que todos esses contextos serão analisados na estratégia que o BID está preparando para os próximos anos a partir de 2019.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, com apoio da Embrapa, realizou em Manaus (AM), no dia 3 de maio, o terceiro encontro da série de oficinas temáticas Desafios para o Desenvolvimento, que vem discutindo os desafios dos sistemas agroalimentares nos biomas brasileiros. Nessa edição do encontro, que discutiu o tema Agricultura Sustentável no Bioma Amazônia, participaram mais de 70 representantes de instituições relacionadas ao setor agrícola de diversos estados da região amazônica, envolvendo órgãos governamentais e não governamentais, pesquisadores, empresários e representantes de organizações de produtores rurais.
Esta oficina faz parte da série de oficinas temáticas ‘Desafios para o Desenvolvimento’, em que já foram realizadas duas edições, no mês de abril, abordando os biomas Cerrado e Caatinga. Estão previstas oficinas ainda neste semestre sobre os biomas Mata Atlântica , Pantanal e Pampa.
O representante do BID no Brasil, Hugo Timorán, presente no encontro em Manaus, ressaltou a importância da parceria com a Embrapa e com o Brasil e explicou que as oficinas permitem obter um diagnóstico da realidade local, para apoiar estratégias para uma agenda de desenvolvimento na relação do banco com o País nos próximos anos. Segundo ele, a ideia é definir também o que é possível apoiar a médio e longo prazo. As oficinas buscam adotar uma abordagem abrangente, integrada e multidimensional, que considere as dimensões econômicas, ambientais e sociais e situe a agricultura em suas relações com o urbano e os demais setores da economia. De acordo com o BID, os resultados das oficinas servirão de insumos para estudos mais aprofundados pelo banco, para que identifique os principais desafios para o desenvolvimento no País e possa preparar a Estratégia com o Brasil para os próximos quatro anos. Essas Oficinas estão sendo realizadas no contexto da elaboração da Estratégia do BID com o Brasil para o período 2019-2023, que está em elaboração durante o ano de 2018.
O diretor executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, presente no evento, agradeceu o apoio que o BID tem dado à Embrapa e às instituições do Brasil, de modo geral, em prol do desenvolvimento sustentável não só da agricultura, mas também em diversos temas importantes que tem recebido apoio do banco. Soares também ressaltou a oportunidade ímpar dessa parceria BID e Embrapa, em discutir os desafios para o desenvolvimento sustentável nos biomas brasileiros envolvendo diversos segmentos. “É vital nós promovermos esse debate e termos alinhamento e consenso com diversos atores de diversas cadeias produtivas, para isso nesses painéis estão participando não só Embrapa e BID, mas ainda a iniciativa privada, ONGs, terceiro setor, representantes e atores chave das cadeias produtivas, produtores rurais, enfim, estamos sentando à mesa, com atores chave do processo produtivo básico e do desenvolvimento econômico sustentável da agropecuária brasileira nos seus diferentes biomas”, destacou. “Pretende-se ao final ter um documento orientador com as principais diretrizes de desafios e ao mesmo tempo com oportunidades para o desenvolvimento sustentável nos biomas brasileiros”, ressaltou Soares. O documento resultante da oficina será encaminhado também aos demais parceiros participantes.
O economista do BID, José Luiz Rossi Júnior, destacou algumas questões a serem consideradas nos desafios: o setor agrícola é um dos setores brasileiros com maior aumento de produtividade e como manter esse crescimento de forma sustentável?; como obter maior eficiência das políticas públicas?; a agricultura tem importante papel em reduzir as desigualdades regionais e de renda, como atuar para promover a redução dessas desigualdades?; e como posicionar o setor agrícola do País dentro da revolução digital tecnológica? Rossi citou ainda que para o BID, um dos objetivos também é estreitar o laço com os grandes centros de pesquisa, como a Embrapa, pois o setor agrícola brasileiro tem muito a contribuir com a América Latina, em termos de pesquisa.
Também da equipe do BID, o especialista em desenvolvimento rural e agricultura Octavio Damiani, ressaltou , durante a abertura do evento, a importância de considerar a agricultura de forma ampla, como atividade que envolve diversas cadeias de valor, e que ele prefere analisar sob os pontos de vista da produtividade, inclusão e sustentabilidade. Com essa análise, ele situa o bioma Amazônia e a região Nordeste do Brasil como regiões onde existe a maior proporção de produtores rurais com baixa produtividade, maior proporção de pobres nas áreas rurais e onde apresentam graves problemas de sustentabilidade. Ressaltou que a Embrapa tem implementado esforços para desenvolver modelos de produção compatíveis com a conservação da floresta. E acrescentou que um dos desafios é aproveitar o potencial do bioma com modelos de desenvolvimento que aproveitem os recursos e ao mesmo tempo os preservem, considerando qual o papel da agricultura nesse desenvolvimento.
Durante o encontro, o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) Alfredo Homma, apresentou uma palestra sobre desafios e oportunidades para a agricultura na Amazônia, fazendo um panorama das principais atividades agropecuárias nos estados da região, índices de produtividade e a situação de culturas em potencial na região. Na oficina, foi seguida uma metodologia em que os participantes discutiram em grupos e apresentaram painéis sobre diversas questões como o potencial, os problemas e as oportunidades para a agricultura no bioma Amazônia.
O chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Celso Azevedo, no encerramento do evento, ressaltou a contribuição dos participantes da oficina em compor com diversas visões as alternativas para problemas que trazem inquietação para quem vive na região amazônica. Azevedo comentou ainda sobre a importância de propor alternativas de desenvolvimento que vão além do uso de 20% da propriedade rural na Amazônia, e considerem os 80 % da propriedade que correspondem à reserva legal em áreas de florestas, pois nessas áreas podem ser desenvolvidas atividades econômicas com tecnologias para manejo florestal madeireiro e não-madeireiro.
Na avaliação do representante do BID, Octavio Damiani, a oficina muito proveitosa com a qualidade das discussões. Em sua opinião “há grandes possibilidades para o desenvolvimento da região amazônica aproveitando os recursos do bioma e deixando de lado a dicotomia entre conservação e agricultura”, como exemplo citou entre as questões discutidas a possibilidade de promover um melhor uso das áreas que já foram desmatadas, adotando a intensificação como forma de reduzir a pressão de desmatamento em outras áreas, e ao mesmo tempo promover o maior aproveitamento das áreas de floresta através da gestão do manejo florestal, do extrativismo e da biodiversidade.
Damiani analisa que é possível promover um desenvolvimento sustentável na Amazônia e, ao mesmo tempo, é um desafio muito grande porque se tem problemas bastante complexos, como a questão fundiária, a governança, a transferência de tecnologia e necessidade de modelos tecnológicos sustentáveis que exigem serviços de extensão mais fortes que os atuais. “E todos esses processos exigem recursos, em um contexto de restrições fiscais que afetam vários estados da Amazônia que enfrentam dificuldade para acessar financiamentos”, observou, explicando que todos esses contextos serão analisados na estratégia que o BID está preparando para os próximos anos a partir de 2019.