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Mistura de agrotóxicos é tema em evento de plantas daninhas

Os avanços nas discussões para a regulamentação da prática de misturas de produtos defensivos no tanque de pulverização serão apresentados no VI Encontro Nacional Sobre Resistência de Plantas Daninhas, que acontece no dia 9 de maio, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo. A promoção é da Embrapa Trigo e da revista Plantio Direto.

Mesmo sem regulamentação pelo Ministério da Agricultura, a mistura no tanque de pulverização de produtos como herbicidas, fungicidas e inseticidas é uma prática comum entre os produtores visando o controle de plantas daninhas, pragas e doenças que podem ocorrer de forma simultânea na mesma área de cultivo. Conforme a legislação vigente, o produtor pode fazer misturas desde que assuma sozinho a responsabilidade, já que a prática não pode ser prescrita em receituário agronômico, nem constar no rótulo dos produtos. Porém, segundo o projeto de instrução normativa, publicado no Diário Oficial da União no dia 28/12/2017, o uso deverá ser regulamentado em breve.

A mistura mais comum é na soja transgênica, onde o herbicida é aplicado em pós-emergência em mistura no tanque com inseticida e fungicida, segundo levantamento da Embrapa Soja. O estudo indica também que, em 40% dos casos, são misturados três produtos no tanque e em 26% a mistura é de quatro produtos. Porém, para evitar problemas futuros, há necessidade do produtor conhecer as reações que vão ocorrer quando juntar dois ou mais produtos. 

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, a prática de mistura de agrotóxicos, para aplicação em sementes ou no tanque do pulverizador, é usado na tentativa de reduzir o número de entradas nas lavouras, visando economia de tempo, mão de obra e consumo de combustível. Ele alerta que esta prática requer conhecimento para a manipulação e aplicação, pois formulações comerciais podem conter, além do ingrediente ativo, um ou mais compostos (como estabilizantes, solventes, aderentes, dispersantes, emulsificantes, óleos, umectantes, antiespumantes, regulador de pH, entre outros), cujas reações químicas que podem ocorrer com a mistura são, de certa forma, imprevisíveis. “Temos recebido diversas amostras de lavouras de soja comprometidas pela intoxicação das plantas na mistura de agrotóxicos. Os erros resultam em problemas de germinação, supressão do crescimento, brotações laterais até a morte das plantas”, avalia Vargas.

Na última safra de verão, as causas diagnosticadas com relação as misturas foram diversas, sendo as principais: presença no solo de resíduo de herbicidas aplicados no inverno (como o metsulfurom-metil para controlar buva em trigo); associações de produtos como inseticidas, fungicidas, micronutrientes e outros produtos no tratamento de sementes; e mistura de herbicidas, fungicidas, inseticidas, fertilizantes e adjuvantes em aplicações pós-emergentes na soja. 

As principais reações que ocorrem nas misturas são antagonismo ou sinergismo. Em situações de antagonismo, um produto inibe a ação do outro parcial ou totalmente e, dessa forma, o objetivo não é alcançado, uma vez que os produtos se anulam. Os casos mais conhecidos de antagonismo ocorrem em mistura de produtos como o 2,4-D e graminicidas, causando redução de mais de 30% no controle de gramíneas. Com o sinergismo, um produto acentua a ação do outro e o resultado é superior ao esperado. Exemplos deste caso são as misturas de glifosato + clorimurom + óleo mineral. Nestes casos, as culturas podem ser controladas por um herbicida que, se aplicado de forma isolada, seria seletivo.

Além de problemas por fitoxicidade na lavoura, misturas mal elaboradas também podem reduzir a eficiência do controle, causar excessos na formação de espuma, entupimento dos bicos e decantação de produtos no tanque. Para o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, a regulamentação vai permitir o maior conhecimento sobre informações técnicas e acompanhamento de profissional habilitado: “Nos países onde as misturas são permitidas e regulamentadas, os riscos diminuem, já que as precauções são adotadas e compartilhadas no setor produtivo”.

A palestra “Mistura em tanque finalmente será regulamentada” será apresentada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, com a moderação do pesquisador da Embrapa Clima Temperado André Andres.  A programação completa do VI Encontro Nacional Sobre Resistência de Plantas Daninhas está no site da revista Plantio Direto.

Os avanços nas discussões para a regulamentação da prática de misturas de produtos defensivos no tanque de pulverização serão apresentados no VI Encontro Nacional Sobre Resistência de Plantas Daninhas, que acontece no dia 9 de maio, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo. A promoção é da Embrapa Trigo e da revista Plantio Direto.

Mesmo sem regulamentação pelo Ministério da Agricultura, a mistura no tanque de pulverização de produtos como herbicidas, fungicidas e inseticidas é uma prática comum entre os produtores visando o controle de plantas daninhas, pragas e doenças que podem ocorrer de forma simultânea na mesma área de cultivo. Conforme a legislação vigente, o produtor pode fazer misturas desde que assuma sozinho a responsabilidade, já que a prática não pode ser prescrita em receituário agronômico, nem constar no rótulo dos produtos. Porém, segundo o projeto de instrução normativa, publicado no Diário Oficial da União no dia 28/12/2017, o uso deverá ser regulamentado em breve.

A mistura mais comum é na soja transgênica, onde o herbicida é aplicado em pós-emergência em mistura no tanque com inseticida e fungicida, segundo levantamento da Embrapa Soja. O estudo indica também que, em 40% dos casos, são misturados três produtos no tanque e em 26% a mistura é de quatro produtos. Porém, para evitar problemas futuros, há necessidade do produtor conhecer as reações que vão ocorrer quando juntar dois ou mais produtos. 

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, a prática de mistura de agrotóxicos, para aplicação em sementes ou no tanque do pulverizador, é usado na tentativa de reduzir o número de entradas nas lavouras, visando economia de tempo, mão de obra e consumo de combustível. Ele alerta que esta prática requer conhecimento para a manipulação e aplicação, pois formulações comerciais podem conter, além do ingrediente ativo, um ou mais compostos (como estabilizantes, solventes, aderentes, dispersantes, emulsificantes, óleos, umectantes, antiespumantes, regulador de pH, entre outros), cujas reações químicas que podem ocorrer com a mistura são, de certa forma, imprevisíveis. “Temos recebido diversas amostras de lavouras de soja comprometidas pela intoxicação das plantas na mistura de agrotóxicos. Os erros resultam em problemas de germinação, supressão do crescimento, brotações laterais até a morte das plantas”, avalia Vargas.

Na última safra de verão, as causas diagnosticadas com relação as misturas foram diversas, sendo as principais: presença no solo de resíduo de herbicidas aplicados no inverno (como o metsulfurom-metil para controlar buva em trigo); associações de produtos como inseticidas, fungicidas, micronutrientes e outros produtos no tratamento de sementes; e mistura de herbicidas, fungicidas, inseticidas, fertilizantes e adjuvantes em aplicações pós-emergentes na soja. 

As principais reações que ocorrem nas misturas são antagonismo ou sinergismo. Em situações de antagonismo, um produto inibe a ação do outro parcial ou totalmente e, dessa forma, o objetivo não é alcançado, uma vez que os produtos se anulam. Os casos mais conhecidos de antagonismo ocorrem em mistura de produtos como o 2,4-D e graminicidas, causando redução de mais de 30% no controle de gramíneas. Com o sinergismo, um produto acentua a ação do outro e o resultado é superior ao esperado. Exemplos deste caso são as misturas de glifosato + clorimurom + óleo mineral. Nestes casos, as culturas podem ser controladas por um herbicida que, se aplicado de forma isolada, seria seletivo.

Além de problemas por fitoxicidade na lavoura, misturas mal elaboradas também podem reduzir a eficiência do controle, causar excessos na formação de espuma, entupimento dos bicos e decantação de produtos no tanque. Para o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, a regulamentação vai permitir o maior conhecimento sobre informações técnicas e acompanhamento de profissional habilitado: “Nos países onde as misturas são permitidas e regulamentadas, os riscos diminuem, já que as precauções são adotadas e compartilhadas no setor produtivo”.

A palestra “Mistura em tanque finalmente será regulamentada” será apresentada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, com a moderação do pesquisador da Embrapa Clima Temperado André Andres.  A programação completa do VI Encontro Nacional Sobre Resistência de Plantas Daninhas está no site da revista Plantio Direto.

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