O Banco Mundial poderá financiar países que decidam implantar políticas públicas de estímulo à pecuária de baixo carbono. A informação circulou na semana passada durante reunião da FAO sobre mudanças climáticas e desenvolvimento da pecuária na América Latina e Caribe, na Costa Rica. O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Alexandre Berndt, participou do encontro e relata as principais discussões.
Segundo ele, o Banco Mundial vai lançar uma espécie de guia com sete princípios para que os países tenham acesso ao financiamento. Entre eles, estão a necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis e de sensibilizar a sociedade para práticas mais sustentáveis. Até aí, tudo bem. O que causou polêmica na reunião, no entanto, foi o princípio que prevê a limitação dos tamanhos de rebanhos bovinos dos países interessados.
“Essa proposta foi criticada imediatamente por países como Brasil, Uruguai e Argentina. Nós decidimos aguardar a formulação do documento para consulta pública. Quando recebermos, vamos compartilhar no portfólio de Mudanças Climáticas da Embrapa e preparar uma nota técnica com especialistas para rebater esse princípio”, explicou Berndt.
A preocupação dos países latino-americanos é que uma decisão do Banco tem abrangência global, o que pode impactar a produção e o consumo de carnes no mundo. De acordo com o chefe de P&D, não ficou claro também se o financiamento será com recursos próprios do Banco ou se ele atuará como catalisador de fundos internacionais.
BRASIL
Alexandre Berndt fez uma apresentação sobre medidas que o Brasil vem adotando para cumprir as NDCs (Nationally Determined Contributions), pontos acordados na COP 21, em Paris, em dezembro de 2015. Por meio dessas contribuições, o país se comprometeu a reduzir a emissão de gases de efeito estufa na pecuária em propostas baseadas na ciência. No caso, o conhecimento científico acumulado pela Rede Pecus serviu de base para o acordo brasileiro.
O rigor científico em ações de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas foi cobrado no encontro de Costa Rica. “Vários países apresentaram iniciativas que desenvolvem em relação à pecuária sustentável e mostraram avanços em tecnologias de monitoramento de sistemas de produção de baixo carbono. Mas as propostas têm que ser fundamentalmente embasadas em ciência”, afirma Berndt.
Em sua apresentação, ele abordou tecnologias como ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), agricultura de precisão, uso de imagens de satélite, aviões e de drones e do sistema de colares para monitoramento do comportamento animal, além de relatar resultados da Rede Pecus (essa rede pesquisou a relação entre a pecuária e as mudanças climáticas em todos os biomas brasileiros). Foram apresentados alguns fatores de emissão de metano entérico e óxido nitroso, assim como o potencial sequestro de carbono em solos de pastagens e árvores do ILPF.
Ele também demonstrou preocupação em relação à durabilidade de políticas públicas. O Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), por exemplo, que financia ações ligadas à agropecuária sustentável, um dia será encerrado. “Quem vai sustentar essa medidas? É preciso estabelecer um arranjo duradouro envolvendo a iniciativa privada”, acrescenta.
Divididos em grupos, os países debateram não apenas demandas de pesquisas como a necessidade de financiamento para novos estudos e formas de aplicação prática de resultados. O encontro foi promovido pela FAO, Banco Mundial e Global Research Alliance. Participaram 67 representantes de 18 países.
O Banco Mundial poderá financiar países que decidam implantar políticas públicas de estímulo à pecuária de baixo carbono. A informação circulou na semana passada durante reunião da FAO sobre mudanças climáticas e desenvolvimento da pecuária na América Latina e Caribe, na Costa Rica. O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Alexandre Berndt, participou do encontro e relata as principais discussões.
Segundo ele, o Banco Mundial vai lançar uma espécie de guia com sete princípios para que os países tenham acesso ao financiamento. Entre eles, estão a necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis e de sensibilizar a sociedade para práticas mais sustentáveis. Até aí, tudo bem. O que causou polêmica na reunião, no entanto, foi o princípio que prevê a limitação dos tamanhos de rebanhos bovinos dos países interessados.
“Essa proposta foi criticada imediatamente por países como Brasil, Uruguai e Argentina. Nós decidimos aguardar a formulação do documento para consulta pública. Quando recebermos, vamos compartilhar no portfólio de Mudanças Climáticas da Embrapa e preparar uma nota técnica com especialistas para rebater esse princípio”, explicou Berndt.
A preocupação dos países latino-americanos é que uma decisão do Banco tem abrangência global, o que pode impactar a produção e o consumo de carnes no mundo. De acordo com o chefe de P&D, não ficou claro também se o financiamento será com recursos próprios do Banco ou se ele atuará como catalisador de fundos internacionais.
BRASIL
Alexandre Berndt fez uma apresentação sobre medidas que o Brasil vem adotando para cumprir as NDCs (Nationally Determined Contributions), pontos acordados na COP 21, em Paris, em dezembro de 2015. Por meio dessas contribuições, o país se comprometeu a reduzir a emissão de gases de efeito estufa na pecuária em propostas baseadas na ciência. No caso, o conhecimento científico acumulado pela Rede Pecus serviu de base para o acordo brasileiro.
O rigor científico em ações de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas foi cobrado no encontro de Costa Rica. “Vários países apresentaram iniciativas que desenvolvem em relação à pecuária sustentável e mostraram avanços em tecnologias de monitoramento de sistemas de produção de baixo carbono. Mas as propostas têm que ser fundamentalmente embasadas em ciência”, afirma Berndt.
Em sua apresentação, ele abordou tecnologias como ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), agricultura de precisão, uso de imagens de satélite, aviões e de drones e do sistema de colares para monitoramento do comportamento animal, além de relatar resultados da Rede Pecus (essa rede pesquisou a relação entre a pecuária e as mudanças climáticas em todos os biomas brasileiros). Foram apresentados alguns fatores de emissão de metano entérico e óxido nitroso, assim como o potencial sequestro de carbono em solos de pastagens e árvores do ILPF.
Ele também demonstrou preocupação em relação à durabilidade de políticas públicas. O Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), por exemplo, que financia ações ligadas à agropecuária sustentável, um dia será encerrado. “Quem vai sustentar essa medidas? É preciso estabelecer um arranjo duradouro envolvendo a iniciativa privada”, acrescenta.
Divididos em grupos, os países debateram não apenas demandas de pesquisas como a necessidade de financiamento para novos estudos e formas de aplicação prática de resultados. O encontro foi promovido pela FAO, Banco Mundial e Global Research Alliance. Participaram 67 representantes de 18 países.