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Ferramentas artesanais despertam produtor na Tecnofam

Na agricultura familiar, as possibilidades de reduzir custos, elevar a renda e minimizar desperdícios têm as portas abertas. Por isso, durante a 3ª edição da Tecnofam – “Tecnologias e Conhecimentos para Agricultura Familiar”, na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (MS), o produtor rural conhecerá ferramentas como a peletizadora de ração, a calcareadeira artesanal, o cocho para alimentação de peixes e a mesa medidora de mandioca. Em comum, a origem dos equipamentos, são resultados da criatividade dos usuários.

Um deles é o agricultor Vilson Tomdato, do município de Deodápolis (MS). Acompanhado do engenheiro agrônomo da Agraer, Douglas Martins, ele trouxe ao evento uma peletizadora para ração animal. “Você mistura os ingredientes essenciais, que são farelo de soja, quirera, sal, água e óleo e obtém uma massa com 32% de proteína, o suficiente para alimentar peixes, por exemplo”, pontua Martins. O invento teve custo ao redor de R$ 5 mil reais, enquanto no mercado sai por R$ 25 mil.

Para completar o processo, Tomdato idealizou o cocho para peixes, feito em estrutura metálica e tambores, com gasto aproximado em R$ 300 reais. A plataforma flutuante facilita o manejo alimentar dos animais, permitindo acompanhamento do consumo e, consequente, aproveitamento. Martins revela outro benefício, o ambiental. Ele explica que a ração ao ser peletizada é depositada no fundo do tanque, dificultando o consumo, dessa forma, apodrecerá em dias e o desenvolvimento saudável desses vertebrados está comprometido.

Outra engenhoca é a carretinha 3 em 1 – calcareadeira, sementeadeira e adubadeira, recomendada para piquetes rotacionados. Equipada com motocicleta, carreta e vincão, tem autonomia para trabalhar 28 piquetes em dois hectares por um dia. A criação do agricultor permite regular a dose da aplicação. Em Deodápolis, Martins e mais dois técnicos da Agraer prestam assistência a 130 famílias, em propriedades de pecuária leiteira, de corte, milho e soja.

Mandioca – Mato Grosso do Sul é um dos maiores produtores de mandioca (aipim ou macaxeira) do País. A cultura é uma das raízes comestíveis mais populares e está na produção familiar e nessa corrente que surgiu a mesa medidora de mandioca, capaz de “oferecer agilidade no preparo do material de plantio, a baixo custo e fácil utilização, e maior contato com a rama, proporcionando melhoras na seleção de manivas”, afirma Julio Leal, técnico agropecuário da Embrapa Agropecuária Oeste.

Isaías Soares e Marta Alcebíades conheceram a ferramenta e acreditam na viabilidade da mesma como forma de aperfeiçoar a atividade. Afinal, é de fácil confecção, em madeira, com 80 cm de altura e base de 25 cm, padronizada para tamanhos de ramas preconizados pela pesquisa para corte/plantio, frisa Leal. Vindos da Aldeia Tey Kuê de Caarapó (MS), eles são umas das famílias Guarani-Kaiowá que cultivam o tubérculo, além de abóbora, milho e feijão.

De etnia Terena, Adenilson Polidore e Jinete de Souza são da Aldeia Babaçu, localizada em Miranda (MS) e comentam que as exigências do mercado dificultam a inserção de materiais de origem indígena, mas instrumentos simples como a mesa podem oferecer qualidade ao produto final e agregar valor. Há décadas a campo trabalhando com a cultura e agricultores familiares, Leal é ciente do quanto o produtor depende de mão-de-obra e do peso dos custos na atividade agrícola. O engenho enquadra-se ao bolso e às necessidades.

Segundo a analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Carmen Pezarico, uma das responsáveis pela Tecnofam, a proposta do espaço é permitir a troca de experiência entre os participantes e mostrar alternativas ajustáveis às pequenas propriedades. Para a próxima edição da feira, os organizadores pretendem ampliar a mostra de inventos.

Mudas – Ainda com eixo principal em custos, os visitantes recebem como incentivo um kit com sementes de milho pipoca (BRS Angela), milho branco (BR 451) e milheto (BRS 1501); e ramas de mandioca de mesa BRS 399 e BRS 396, todos materiais Embrapa recomendados para a região. Foram disponibilizados 60 kg de cada variedade de milho e 2 mil de ramas para os três dias de Tecnofam.

A parceria Embrapa, Prefeitura Municipal de Dourados e APOMS incrementou o kit com a inclusão de mudas de espécies aptas para o Cerrado: ipê branco/amarelo/rosa/roxo, aroeira pimenteira, jaracatiá, moringa, urucum, cratylia, olho-de-dragão, achachairu e palmeira-real-australiana.

Saiba mais – O evento é uma realização da Embrapa, em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems). O evento conta com apoio da Prefeitura Municipal de Dourados, da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS), Sebrae, Senar, além de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), representado por 14 Unidades da Embrapa.

Fotos: Flickr Embrapa
 

Informações: http://bit.ly/2FyWIkf

Na agricultura familiar, as possibilidades de reduzir custos, elevar a renda e minimizar desperdícios têm as portas abertas. Por isso, durante a 3ª edição da Tecnofam – “Tecnologias e Conhecimentos para Agricultura Familiar”, na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (MS), o produtor rural conhecerá ferramentas como a peletizadora de ração, a calcareadeira artesanal, o cocho para alimentação de peixes e a mesa medidora de mandioca. Em comum, a origem dos equipamentos, são resultados da criatividade dos usuários.

Um deles é o agricultor Vilson Tomdato, do município de Deodápolis (MS). Acompanhado do engenheiro agrônomo da Agraer, Douglas Martins, ele trouxe ao evento uma peletizadora para ração animal. “Você mistura os ingredientes essenciais, que são farelo de soja, quirera, sal, água e óleo e obtém uma massa com 32% de proteína, o suficiente para alimentar peixes, por exemplo”, pontua Martins. O invento teve custo ao redor de R$ 5 mil reais, enquanto no mercado sai por R$ 25 mil.

Para completar o processo, Tomdato idealizou o cocho para peixes, feito em estrutura metálica e tambores, com gasto aproximado em R$ 300 reais. A plataforma flutuante facilita o manejo alimentar dos animais, permitindo acompanhamento do consumo e, consequente, aproveitamento. Martins revela outro benefício, o ambiental. Ele explica que a ração ao ser peletizada é depositada no fundo do tanque, dificultando o consumo, dessa forma, apodrecerá em dias e o desenvolvimento saudável desses vertebrados está comprometido.

Outra engenhoca é a carretinha 3 em 1 – calcareadeira, sementeadeira e adubadeira, recomendada para piquetes rotacionados. Equipada com motocicleta, carreta e vincão, tem autonomia para trabalhar 28 piquetes em dois hectares por um dia. A criação do agricultor permite regular a dose da aplicação. Em Deodápolis, Martins e mais dois técnicos da Agraer prestam assistência a 130 famílias, em propriedades de pecuária leiteira, de corte, milho e soja.

Mandioca – Mato Grosso do Sul é um dos maiores produtores de mandioca (aipim ou macaxeira) do País. A cultura é uma das raízes comestíveis mais populares e está na produção familiar e nessa corrente que surgiu a mesa medidora de mandioca, capaz de “oferecer agilidade no preparo do material de plantio, a baixo custo e fácil utilização, e maior contato com a rama, proporcionando melhoras na seleção de manivas”, afirma Julio Leal, técnico agropecuário da Embrapa Agropecuária Oeste.

Isaías Soares e Marta Alcebíades conheceram a ferramenta e acreditam na viabilidade da mesma como forma de aperfeiçoar a atividade. Afinal, é de fácil confecção, em madeira, com 80 cm de altura e base de 25 cm, padronizada para tamanhos de ramas preconizados pela pesquisa para corte/plantio, frisa Leal. Vindos da Aldeia Tey Kuê de Caarapó (MS), eles são umas das famílias Guarani-Kaiowá que cultivam o tubérculo, além de abóbora, milho e feijão.

De etnia Terena, Adenilson Polidore e Jinete de Souza são da Aldeia Babaçu, localizada em Miranda (MS) e comentam que as exigências do mercado dificultam a inserção de materiais de origem indígena, mas instrumentos simples como a mesa podem oferecer qualidade ao produto final e agregar valor. Há décadas a campo trabalhando com a cultura e agricultores familiares, Leal é ciente do quanto o produtor depende de mão-de-obra e do peso dos custos na atividade agrícola. O engenho enquadra-se ao bolso e às necessidades.

Segundo a analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Carmen Pezarico, uma das responsáveis pela Tecnofam, a proposta do espaço é permitir a troca de experiência entre os participantes e mostrar alternativas ajustáveis às pequenas propriedades. Para a próxima edição da feira, os organizadores pretendem ampliar a mostra de inventos.

Mudas – Ainda com eixo principal em custos, os visitantes recebem como incentivo um kit com sementes de milho pipoca (BRS Angela), milho branco (BR 451) e milheto (BRS 1501); e ramas de mandioca de mesa BRS 399 e BRS 396, todos materiais Embrapa recomendados para a região. Foram disponibilizados 60 kg de cada variedade de milho e 2 mil de ramas para os três dias de Tecnofam.

A parceria Embrapa, Prefeitura Municipal de Dourados e APOMS incrementou o kit com a inclusão de mudas de espécies aptas para o Cerrado: ipê branco/amarelo/rosa/roxo, aroeira pimenteira, jaracatiá, moringa, urucum, cratylia, olho-de-dragão, achachairu e palmeira-real-australiana.

Saiba mais – O evento é uma realização da Embrapa, em parceria com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems). O evento conta com apoio da Prefeitura Municipal de Dourados, da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS), Sebrae, Senar, além de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), representado por 14 Unidades da Embrapa.

Fotos: Flickr Embrapa
 

Informações: http://bit.ly/2FyWIkf

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