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Rede AgroNano amplia conexões internacionais em nanotecnologia

Um dos pilares da Embrapa nos primeiros anos da corporação, na década de 70, a complementação da formação de recursos humanos fora do Brasil e a ampliação das conexões internacionais têm integrado a estratégia das redes de pesquisa, especialmente, a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio com um ingrediente diferente que, além de pesquisadores, envolve estudantes. 

Desde seu início houve intensa colaboração internacional e, como exemplo, somente na fase 3 – que começou em 2015 – até agora, em torno de duas dezenas de alunos orientados por pesquisadores da Rede AgroNano já estiveram no exterior em treinamentos na Europa (França, Espanha, Alemanha, Suíça, Dinamarca), na Ásia (China), na Oceania (Austrália) e nas Américas (EUA). 

Toda essa movimentação ocorre com apoio de instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sem custo para a Embrapa, mas com um intercâmbio de conhecimento que coloca a Empresa em sintonia com as principais instituições do planeta, tendências e avanços mundiais.

Conexão com a França
Na segunda quinzena de março, por exemplo, a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) recebeu a visita do pesquisador Jean-François Berret, da Universidade Denis Diderot, de Paris, que trabalha com materiais e sistemas complexos. Além de apresentar um seminário técnico, ele visitou o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio e a Embrapa Pecuária Sudeste.

Recentemente o pesquisador francês orientou o aluno Marcos Vinícius Lorevice, que esteve em Paris para um doutorado sanduíche. Lorevice relata que observou formas diferentes de fazer ciência, a divisão clara de atribuições de pesquisadores com funções mais gerenciais e outros com atividades propriamente científicas, bem como a participação de empresas financiando projetos de alunos de pós-graduação para solução de problemas do cotidiano. 

“Eu tive a oportunidade de conhecer uma outra filosofia de fazer ciência, com pequenos grupos de alunos e de encontrar o sinergismo entre dois pólos de pesquisa de renome – a Embrapa e a Universidade Denis Diderot – e, quem sabe, contribuir para a realização de trabalhos complementares entre as instituições”, diz o doutorando.

“A vinda do pesquisador Berret ao Brasil já é consequência dessa conexão e foi muito produtiva, pois ele ficou admirado com a estrutura e as possibilidades de parceria da Rede, bem como as oportunidades de aplicar a nanotecnologia ao agronegócio, setor no qual ainda não atuou especificamente, mas no qual vislumbrou ótimas oportunidades de aplicar sua expertise”, explica o pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso.

Primeiro pesquisador contratado pela Embrapa para trabalhar especificamente com nanotecnologia – no final de 1994 – e responsável por esse tema no Programa Labex entre 2005 e 2007, Mattoso vê frutificar esse esforço de mais de duas décadas. 

“Somente nos últimos três anos tivemos dois alunos – Amanda Soares Girotto e Delne Domingos da Silva Parize – no Agricultura Research Service (ARS) fazendo doutorado sanduíche em nanotecnologia, numa parceria sólida que já motivou a vinda de um pesquisador norteamericano para o Labex Invertido e que tem proporcionado mais de quarenta publicações conjuntas”, acrescenta.

Os frutos do Programa Labex
“A partir do Programa Labex tivemos mais de duas dezenas de alunos interagindo diretamente com os pesquisadores do ARS/USDA (United States Department of Agriculture) em nanotecnologia, num intercâmbio de conhecimentos que agora são materializados em projetos com empresas e soluções tecnológicas para o mercado”, finaliza Mattoso.

A estratégia de internacionalização envolve também um gigante da economia mundial e cujo crescimento científico é exponencial, a China. Em 2017 o líder da Rede AgroNano – Caue Ribeiro – esteve em missão oficial na China a convite da Academia Chinesa de Ciências. Além de apresentar trabalho na CHINANANO, ele visitou laboratórios do Centro Nacional de Nanociência e Tecnologia da China (NCNT). 

“Temos uma cooperação Brasil-China em Nanotecnologia e, já em 2018, pudemos retribuir a visita com a vinda ao Brasil do professor Tao He, do NCNT, para avançarmos na colaboração no desenvolvimento de novas tecnologias de conversão de CO2 a hidrocarbonetos utilizando fotocatálise”, descreve. Dois alunos orientados por Caue também passaram um período na China no final do ano passado.

Números que extrapolam fronteiras 
A Rede AgroNano envolve, na fase atual, 23 centros de pesquisa da Embrapa nas cinco regiões, 39 universidades do Brasil e 150 pesquisadores (70 da Embrapa e 80 de outras instituições) e 25 parcerias internacionais. 

Nessa rota de internacionalização aparecem instituições de pesquisa de alto nível científico, com projetos sobre a aplicação da nanotecnologia que oferecem novas oportunidades, em diversos continentes:

América do Norte

  • ARS/USDA (EUA): projetos de desenvolvimento de materiais poliméricos de origem renovável, nanocelulose, nanofibras e filmes de embalagem comestíveis;
  • Universidade de Purdue (EUA): projetos de estratégias biotecnológicas para o aumento da eficiência dos complexos enzimáticos usados na conversão da biomassa vegetal;
  • Universidade da California (EUA): desenvolvimento de sensores e biossensores eletroquímicos vestíveis;

Oceania

  • Monash University (Austrália): projetos de desenvolvimento de fotocatalisadores óxidos para a degradação de poluentes em águas;
  • Universidade de Melbourne (Austrália): desenvolvimento de sensores baseados em polímeros para aplicações biológicas;

Ásia

  • National Center for Nanoscience and Technology (China): desenvolvimento de fotocatalisadores para processos de fotorredução de CO2 a hidrocarbonetos simples;

Europa

  • Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (ETH) (Suíça): projetos de desenvolvimento de fotocatalisadores óxidos para a degradação de poluentes em águas;
  • Cranfield University (Reino Unido): desenvolvimento de novas técnicas em embalagens e sistemas de monitoramento (sensores) para conservação pós-colheita de alimentos;
  • Københavns Universitet (Dinamarca): desenvolvimento de metodologias para produção de nanomateriais de origem vegetal, principalmente nanocelulose;
  • Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (Espanha): projetos de aplicação de diferentes estratégias de engenharia enzimática para obtenção de derivados imobilizados-estabilizados de novas lipases;
  • Instituto Catalán de Nanotecnología (Espanha): desenvolvimento de novos nanocompósitos para aplicação como plataforma de diagnóstico e monitoramento de segurança.

“Vale destacar que a Capes está com um programa que visa à seleção de Projetos Institucionais de Internacionalização de Instituições de Ensino Superior ou de Institutos de Pesquisa. Deveremos participar na área de nanotecnologia junto com programas de pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), nos quais os pesquisadores da Embrapa são credenciados”, avalia Caue Ribeiro.

“De certa forma, esse programa corrobora todo esse movimento internacional para o qual a Rede AgroNano se antecipou nos últimos anos”, finaliza o pesquisador, que acaba de ser aprovado no programa Cientista Visitante da Embrapa e, a partir do segundo semestre, estará no Forschungszentrum Jülich, na Alemanha. 

Ele vai trabalhar no projeto “Desenvolvimento de novos sistemas catalíticos aplicados à redução de dióxido de carbono para produção de energia renovável”, para o qual vai receber bolsa do Convênio de Cooperação CAPES/Humboldt, na linha “Pesquisador Experiente” – área de Engenharias.

Um dos pilares da Embrapa nos primeiros anos da corporação, na década de 70, a complementação da formação de recursos humanos fora do Brasil e a ampliação das conexões internacionais têm integrado a estratégia das redes de pesquisa, especialmente, a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio com um ingrediente diferente que, além de pesquisadores, envolve estudantes. 

Desde seu início houve intensa colaboração internacional e, como exemplo, somente na fase 3 – que começou em 2015 – até agora, em torno de duas dezenas de alunos orientados por pesquisadores da Rede AgroNano já estiveram no exterior em treinamentos na Europa (França, Espanha, Alemanha, Suíça, Dinamarca), na Ásia (China), na Oceania (Austrália) e nas Américas (EUA). 

Toda essa movimentação ocorre com apoio de instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sem custo para a Embrapa, mas com um intercâmbio de conhecimento que coloca a Empresa em sintonia com as principais instituições do planeta, tendências e avanços mundiais.

Conexão com a França
Na segunda quinzena de março, por exemplo, a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) recebeu a visita do pesquisador Jean-François Berret, da Universidade Denis Diderot, de Paris, que trabalha com materiais e sistemas complexos. Além de apresentar um seminário técnico, ele visitou o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio e a Embrapa Pecuária Sudeste.

Recentemente o pesquisador francês orientou o aluno Marcos Vinícius Lorevice, que esteve em Paris para um doutorado sanduíche. Lorevice relata que observou formas diferentes de fazer ciência, a divisão clara de atribuições de pesquisadores com funções mais gerenciais e outros com atividades propriamente científicas, bem como a participação de empresas financiando projetos de alunos de pós-graduação para solução de problemas do cotidiano. 

“Eu tive a oportunidade de conhecer uma outra filosofia de fazer ciência, com pequenos grupos de alunos e de encontrar o sinergismo entre dois pólos de pesquisa de renome – a Embrapa e a Universidade Denis Diderot – e, quem sabe, contribuir para a realização de trabalhos complementares entre as instituições”, diz o doutorando.

“A vinda do pesquisador Berret ao Brasil já é consequência dessa conexão e foi muito produtiva, pois ele ficou admirado com a estrutura e as possibilidades de parceria da Rede, bem como as oportunidades de aplicar a nanotecnologia ao agronegócio, setor no qual ainda não atuou especificamente, mas no qual vislumbrou ótimas oportunidades de aplicar sua expertise”, explica o pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso.

Primeiro pesquisador contratado pela Embrapa para trabalhar especificamente com nanotecnologia – no final de 1994 – e responsável por esse tema no Programa Labex entre 2005 e 2007, Mattoso vê frutificar esse esforço de mais de duas décadas. 

“Somente nos últimos três anos tivemos dois alunos – Amanda Soares Girotto e Delne Domingos da Silva Parize – no Agricultura Research Service (ARS) fazendo doutorado sanduíche em nanotecnologia, numa parceria sólida que já motivou a vinda de um pesquisador norteamericano para o Labex Invertido e que tem proporcionado mais de quarenta publicações conjuntas”, acrescenta.

Os frutos do Programa Labex
“A partir do Programa Labex tivemos mais de duas dezenas de alunos interagindo diretamente com os pesquisadores do ARS/USDA (United States Department of Agriculture) em nanotecnologia, num intercâmbio de conhecimentos que agora são materializados em projetos com empresas e soluções tecnológicas para o mercado”, finaliza Mattoso.

A estratégia de internacionalização envolve também um gigante da economia mundial e cujo crescimento científico é exponencial, a China. Em 2017 o líder da Rede AgroNano – Caue Ribeiro – esteve em missão oficial na China a convite da Academia Chinesa de Ciências. Além de apresentar trabalho na CHINANANO, ele visitou laboratórios do Centro Nacional de Nanociência e Tecnologia da China (NCNT). 

“Temos uma cooperação Brasil-China em Nanotecnologia e, já em 2018, pudemos retribuir a visita com a vinda ao Brasil do professor Tao He, do NCNT, para avançarmos na colaboração no desenvolvimento de novas tecnologias de conversão de CO2 a hidrocarbonetos utilizando fotocatálise”, descreve. Dois alunos orientados por Caue também passaram um período na China no final do ano passado.

Números que extrapolam fronteiras 
A Rede AgroNano envolve, na fase atual, 23 centros de pesquisa da Embrapa nas cinco regiões, 39 universidades do Brasil e 150 pesquisadores (70 da Embrapa e 80 de outras instituições) e 25 parcerias internacionais. 

Nessa rota de internacionalização aparecem instituições de pesquisa de alto nível científico, com projetos sobre a aplicação da nanotecnologia que oferecem novas oportunidades, em diversos continentes:

América do Norte

  • ARS/USDA (EUA): projetos de desenvolvimento de materiais poliméricos de origem renovável, nanocelulose, nanofibras e filmes de embalagem comestíveis;
  • Universidade de Purdue (EUA): projetos de estratégias biotecnológicas para o aumento da eficiência dos complexos enzimáticos usados na conversão da biomassa vegetal;
  • Universidade da California (EUA): desenvolvimento de sensores e biossensores eletroquímicos vestíveis;

Oceania

  • Monash University (Austrália): projetos de desenvolvimento de fotocatalisadores óxidos para a degradação de poluentes em águas;
  • Universidade de Melbourne (Austrália): desenvolvimento de sensores baseados em polímeros para aplicações biológicas;

Ásia

  • National Center for Nanoscience and Technology (China): desenvolvimento de fotocatalisadores para processos de fotorredução de CO2 a hidrocarbonetos simples;

Europa

  • Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (ETH) (Suíça): projetos de desenvolvimento de fotocatalisadores óxidos para a degradação de poluentes em águas;
  • Cranfield University (Reino Unido): desenvolvimento de novas técnicas em embalagens e sistemas de monitoramento (sensores) para conservação pós-colheita de alimentos;
  • Københavns Universitet (Dinamarca): desenvolvimento de metodologias para produção de nanomateriais de origem vegetal, principalmente nanocelulose;
  • Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (Espanha): projetos de aplicação de diferentes estratégias de engenharia enzimática para obtenção de derivados imobilizados-estabilizados de novas lipases;
  • Instituto Catalán de Nanotecnología (Espanha): desenvolvimento de novos nanocompósitos para aplicação como plataforma de diagnóstico e monitoramento de segurança.

“Vale destacar que a Capes está com um programa que visa à seleção de Projetos Institucionais de Internacionalização de Instituições de Ensino Superior ou de Institutos de Pesquisa. Deveremos participar na área de nanotecnologia junto com programas de pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), nos quais os pesquisadores da Embrapa são credenciados”, avalia Caue Ribeiro.

“De certa forma, esse programa corrobora todo esse movimento internacional para o qual a Rede AgroNano se antecipou nos últimos anos”, finaliza o pesquisador, que acaba de ser aprovado no programa Cientista Visitante da Embrapa e, a partir do segundo semestre, estará no Forschungszentrum Jülich, na Alemanha. 

Ele vai trabalhar no projeto “Desenvolvimento de novos sistemas catalíticos aplicados à redução de dióxido de carbono para produção de energia renovável”, para o qual vai receber bolsa do Convênio de Cooperação CAPES/Humboldt, na linha “Pesquisador Experiente” – área de Engenharias.

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