Os produtores de guaraná de Maués (AM) conquistaram uma importante ferramenta para alavancar e agregar valor à produção: o Registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP) do fruto produzido no município. Com essa certificação, emitida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio, a produção do município poderá ser comercializada em todo o país e no exterior com o selo Guaraná de Maués, seja na forma de fruto, em pó ou em produtos manufaturados. Nessa sexta-feira (06/04) será realizada uma solenidade de comemoração pela conquista da IP, no auditório do Ifam de Maués.
O processo para a obtenção da certificação começou há cerca de dez anos, capitaneado pela Associação dos Produtores de Guaraná de Maués e com a participação de diferentes instituições, como Sebrae/AM e prefeitura municipal. A Embrapa Amazônia Ocidental, que mantém um campo experimental para o desenvolvimento de pesquisas com guaraná no município, foi uma das instituições que contribuíram nesse processo. Com a certificação, apenas o produto cultivado e produzido pelos agricultores e famílias do município poderá ter seu nome associado, comercializado e denominado com qualquer referência a “Maués”, valorizando as características ambientais e biológicas da fruta que é nativa da região e cujos primeiros relatos de seu uso e consumo pelos índios Sateré Mawé remontam ao século XVII.
Para o Chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, a conquista da IP representa mais um salto para o desenvolvimento da atividade no município. “A Embrapa tem contribuído de forma decisiva para a produção de guaraná em Maués, principalmente com o programa de melhoramento genético da espécie que possibilitou o lançamento de 18 cultivares, sendo 12 de domínio público e 6 protegidas, todas resistentes a doenças e altamente produtivas, com material de origem da região de Maués e todas recomendadas para o próprio município”, ressaltou Azevedo.
O município de Maués produz em torno de 250 toneladas/ano de guaraná, sendo que estimativas apontam que cerca de 70% dessa produção é proveniente das cultivares desenvolvidas pela Embrapa. A atividade atualmente conta com 2,5 mil produtores, e gerou durante o período de colheita em 2017 mais de 300 empregos diretos. Segundo o supervisor do campo experimental da Embrapa em Maués, Ribamar Ribeiro, essa certificação garante maior segurança aos produtores, coibindo o uso do nome do município para a produção do fruto em outros estados do Brasil. “Com a IP, além de agregar valor, será possível garantir a qualidade do produto de Maués, que é reconhecida mundialmente”.
Pesquisas – As cultivares de guaranazeiros desenvolvidos pela Embrapa têm potencial para aumentar em mais de dez vezes a produtividade da cultura. Já foram lançadas 18 cultivares para uso comercial pelo Programa de Melhoramento Genético do Guaraná, sendo que algumas dessas variedades podem chegar a uma produção de 2,5 kg de semente seca por planta, enquanto a média estadual é de cerca de 0,2 kg. Além de maior produção, essas cultivares são resistentes à principal doença que ataca o guaranazeiro, a antracnose.
Para chegar a esses resultados foi um longo processo, iniciado há mais de quatro décadas, com a seleção de plantas matrizes, desenvolvimento de progênies, testes em campo até chegar às cultivares clonais lançadas e disponibilizadas para os produtores. Na década de 1970 a produção de semente de guaraná chegou a níveis muito baixos, principalmente em decorrência da antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola, que ataca as folhas, atrofia galhos e impede a frutificação, muitas vezes levando à morte da planta. Na época praticamente todos os guaranazeiros do município de Maués, maior produtor do estado, foram atacados pela antracnose. “Nesse período foi delegada à Embrapa a missão de solucionar o problema, momento em que começa o Programa de Melhoramento Genético do Guaraná, com estudos mais sistematizados sobre a cultura e que resultaram no desenvolvimento de cultivares resistentes à doença e com boa produtividade”, informa o pesquisador da Embrapa Firmino José Nascimento Filho, que integra a equipe de melhoramento genético do guaraná.
Os produtores de guaraná de Maués (AM) conquistaram uma importante ferramenta para alavancar e agregar valor à produção: o Registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP) do fruto produzido no município. Com essa certificação, emitida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão vinculado ao Ministério da Indústria e Comércio, a produção do município poderá ser comercializada em todo o país e no exterior com o selo Guaraná de Maués, seja na forma de fruto, em pó ou em produtos manufaturados. Nessa sexta-feira (06/04) será realizada uma solenidade de comemoração pela conquista da IP, no auditório do Ifam de Maués.
O processo para a obtenção da certificação começou há cerca de dez anos, capitaneado pela Associação dos Produtores de Guaraná de Maués e com a participação de diferentes instituições, como Sebrae/AM e prefeitura municipal. A Embrapa Amazônia Ocidental, que mantém um campo experimental para o desenvolvimento de pesquisas com guaraná no município, foi uma das instituições que contribuíram nesse processo. Com a certificação, apenas o produto cultivado e produzido pelos agricultores e famílias do município poderá ter seu nome associado, comercializado e denominado com qualquer referência a “Maués”, valorizando as características ambientais e biológicas da fruta que é nativa da região e cujos primeiros relatos de seu uso e consumo pelos índios Sateré Mawé remontam ao século XVII.
Para o Chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, a conquista da IP representa mais um salto para o desenvolvimento da atividade no município. “A Embrapa tem contribuído de forma decisiva para a produção de guaraná em Maués, principalmente com o programa de melhoramento genético da espécie que possibilitou o lançamento de 18 cultivares, sendo 12 de domínio público e 6 protegidas, todas resistentes a doenças e altamente produtivas, com material de origem da região de Maués e todas recomendadas para o próprio município”, ressaltou Azevedo.
O município de Maués produz em torno de 250 toneladas/ano de guaraná, sendo que estimativas apontam que cerca de 70% dessa produção é proveniente das cultivares desenvolvidas pela Embrapa. A atividade atualmente conta com 2,5 mil produtores, e gerou durante o período de colheita em 2017 mais de 300 empregos diretos. Segundo o supervisor do campo experimental da Embrapa em Maués, Ribamar Ribeiro, essa certificação garante maior segurança aos produtores, coibindo o uso do nome do município para a produção do fruto em outros estados do Brasil. “Com a IP, além de agregar valor, será possível garantir a qualidade do produto de Maués, que é reconhecida mundialmente”.
Pesquisas – As cultivares de guaranazeiros desenvolvidos pela Embrapa têm potencial para aumentar em mais de dez vezes a produtividade da cultura. Já foram lançadas 18 cultivares para uso comercial pelo Programa de Melhoramento Genético do Guaraná, sendo que algumas dessas variedades podem chegar a uma produção de 2,5 kg de semente seca por planta, enquanto a média estadual é de cerca de 0,2 kg. Além de maior produção, essas cultivares são resistentes à principal doença que ataca o guaranazeiro, a antracnose.
Para chegar a esses resultados foi um longo processo, iniciado há mais de quatro décadas, com a seleção de plantas matrizes, desenvolvimento de progênies, testes em campo até chegar às cultivares clonais lançadas e disponibilizadas para os produtores. Na década de 1970 a produção de semente de guaraná chegou a níveis muito baixos, principalmente em decorrência da antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola, que ataca as folhas, atrofia galhos e impede a frutificação, muitas vezes levando à morte da planta. Na época praticamente todos os guaranazeiros do município de Maués, maior produtor do estado, foram atacados pela antracnose. “Nesse período foi delegada à Embrapa a missão de solucionar o problema, momento em que começa o Programa de Melhoramento Genético do Guaraná, com estudos mais sistematizados sobre a cultura e que resultaram no desenvolvimento de cultivares resistentes à doença e com boa produtividade”, informa o pesquisador da Embrapa Firmino José Nascimento Filho, que integra a equipe de melhoramento genético do guaraná.