A Embrapa Pantanal recomenda, em laudo técnico entregue esta semana ao Sindicato Rural de Corumbá, a retirada total dos rebanhos bovinos de fazendas do baixo Pantanal, nas sub-regiões do Abobral (Miranda, Negro, Aquidauana), Nabileque (incluindo o Jacadigo) e Paraguai (entre as morrarias do Amolar e Urucum), em função da cheia deste ano. Nas propriedades de outras regiões do bioma, a recomendação é que até metade dos rebanhos seja deslocada para áreas mais altas.
A conclusão veio de análises realizadas por meio de uma comissão nomeada pelo chefe-geral da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, constituída pelos pesquisadores Carlos Padovani, Urbano Gomes, Ivan Bergier e coordenada pelo também pesquisador José Aníbal Comastri. “Nós buscamos mostrar o fluxo e a dinâmica das águas acumuladas das chuvas, como elas escoam no Pantanal, que regiões estão inundadas”, explica Lara.
No bioma, algumas propriedades são afetadas apenas pelas enchentes que sofrem a influência das chuvas; outras sofrem também os efeitos das cheias influenciadas pelo nível dos rios. De acordo com as informações do documento emitido pela instituição, a inundação deste ano atingiu uma área total de cerca de 40 mil km2 até o mês de fevereiro. As áreas do médio e baixo Pantanal são as mais sujeitas aos impactos das grandes enchentes.
As águas das chuvas de verão registradas entre os meses de outubro e março regulam a dinâmica hidrológica no bioma. Por isso, quando essas chuvas são volumosas, espera-se um alagamento relativo maior e mais duradouro, cita a publicação elaborada pela unidade de pesquisa. Dessa forma, a régua de Ladário no Rio Paraguai deve atingir de 4,81 a 5,78 metros em 2018, com estimativa de área de inundação entre 71 e 90 mil km² em toda a planície pantaneira.
“Vai afetar justamente uma região onde é praticada a engorda de animais”, esclarece Comastri. “É um solo extremamente argiloso que, na época das águas, fica como se fosse uma esponja, uma cola”. A enchente deve, ainda, apresentar um hidroperíodo (época em que a água cobre o solo) longo, de 170 dias em média. A inundação de 2018 pode ser classificada como rigorosa – porém, o documento ressalta que as cheias entre 5 e 5,5 metros representam a categoria mais comum ou frequente de cheias do Pantanal, considerando dados registrados de 1900 até hoje.
Impactos na pecuária
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, os efeitos da inundação deste ano devem ser sentidos nas propriedades rurais até 2019 por sua influência no score corporal dos rebanhos. “Esses animais, por serem retirados dessas áreas mais baixas, vão diminuir seu score corporal. Consequentemente, vão diminuir a produção de bezerros de maio de 2019”.
O laudo técnico descreve que existem mais de 2 milhões e 300 mil cabeças de gado na região do baixo Pantanal. Com a falta de logística adequada para a movimentação dos rebanhos, o custo total do deslocamento dos animais por meio de comitivas até os pontos de embarque deve ficar em torno de R$ 5 milhões.
“Esse laudo de embasamento técnico da Embrapa Pantanal serve para a gente como uma forma de embasar o pedido de estado de emergência no município de Corumbá e a prorrogação da vacinação, que no dia primeiro de maio começa na região do Mato Grosso do Sul. Nessa época, de primeiro de maio a 15 de junho, vamos passar pelo pico da inundação nas nossas regiões”.
De acordo com o presidente do Sindicato, o documento elaborado pela Embrapa Pantanal deverá ser encaminhado à Prefeitura Municipal de Corumbá, ao Governo Estadual de MS e à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul para oferecer embasamento técnico ao Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), responsável pelo Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) na planície pantaneira.
A Embrapa Pantanal recomenda, em laudo técnico entregue esta semana ao Sindicato Rural de Corumbá, a retirada total dos rebanhos bovinos de fazendas do baixo Pantanal, nas sub-regiões do Abobral (Miranda, Negro, Aquidauana), Nabileque (incluindo o Jacadigo) e Paraguai (entre as morrarias do Amolar e Urucum), em função da cheia deste ano. Nas propriedades de outras regiões do bioma, a recomendação é que até metade dos rebanhos seja deslocada para áreas mais altas.
A conclusão veio de análises realizadas por meio de uma comissão nomeada pelo chefe-geral da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, constituída pelos pesquisadores Carlos Padovani, Urbano Gomes, Ivan Bergier e coordenada pelo também pesquisador José Aníbal Comastri. “Nós buscamos mostrar o fluxo e a dinâmica das águas acumuladas das chuvas, como elas escoam no Pantanal, que regiões estão inundadas”, explica Lara.
No bioma, algumas propriedades são afetadas apenas pelas enchentes que sofrem a influência das chuvas; outras sofrem também os efeitos das cheias influenciadas pelo nível dos rios. De acordo com as informações do documento emitido pela instituição, a inundação deste ano atingiu uma área total de cerca de 40 mil km2 até o mês de fevereiro. As áreas do médio e baixo Pantanal são as mais sujeitas aos impactos das grandes enchentes.
As águas das chuvas de verão registradas entre os meses de outubro e março regulam a dinâmica hidrológica no bioma. Por isso, quando essas chuvas são volumosas, espera-se um alagamento relativo maior e mais duradouro, cita a publicação elaborada pela unidade de pesquisa. Dessa forma, a régua de Ladário no Rio Paraguai deve atingir de 4,81 a 5,78 metros em 2018, com estimativa de área de inundação entre 71 e 90 mil km² em toda a planície pantaneira.
“Vai afetar justamente uma região onde é praticada a engorda de animais”, esclarece Comastri. “É um solo extremamente argiloso que, na época das águas, fica como se fosse uma esponja, uma cola”. A enchente deve, ainda, apresentar um hidroperíodo (época em que a água cobre o solo) longo, de 170 dias em média. A inundação de 2018 pode ser classificada como rigorosa – porém, o documento ressalta que as cheias entre 5 e 5,5 metros representam a categoria mais comum ou frequente de cheias do Pantanal, considerando dados registrados de 1900 até hoje.
Impactos na pecuária
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, os efeitos da inundação deste ano devem ser sentidos nas propriedades rurais até 2019 por sua influência no score corporal dos rebanhos. “Esses animais, por serem retirados dessas áreas mais baixas, vão diminuir seu score corporal. Consequentemente, vão diminuir a produção de bezerros de maio de 2019”.
O laudo técnico descreve que existem mais de 2 milhões e 300 mil cabeças de gado na região do baixo Pantanal. Com a falta de logística adequada para a movimentação dos rebanhos, o custo total do deslocamento dos animais por meio de comitivas até os pontos de embarque deve ficar em torno de R$ 5 milhões.
“Esse laudo de embasamento técnico da Embrapa Pantanal serve para a gente como uma forma de embasar o pedido de estado de emergência no município de Corumbá e a prorrogação da vacinação, que no dia primeiro de maio começa na região do Mato Grosso do Sul. Nessa época, de primeiro de maio a 15 de junho, vamos passar pelo pico da inundação nas nossas regiões”.
De acordo com o presidente do Sindicato, o documento elaborado pela Embrapa Pantanal deverá ser encaminhado à Prefeitura Municipal de Corumbá, ao Governo Estadual de MS e à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul para oferecer embasamento técnico ao Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), responsável pelo Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) na planície pantaneira.