O outono começou com clima atípico, ora pela seca, ora pelo frio. Os dias estão mais curtos, com menor horas de sol, temperaturas mais baixas. O pasto está rapado e o produtor descontente com o preço do leite… enfim, cenário nada promissor, mas acontece sempre nessa época do ano. É a crise forrageira de outono.
O vazio outonal é marcado pelo final da estação de crescimento das forrageiras tropicais (ou de estação quente) e o estabelecimento das forragens de inverno. Como os preços do leite estão menos remunerativos, mais atenção deve ser dada aos volumosos de campo, as tradicionais pastagens que sempre custam menos que os alimentos conservados, como silagem e feno. Com o outono chegando acelerado, é preciso antecipar a semeadura das pastagens de inverno.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), Renato Fontaneli, o desafio é perceber a antecipação das mudanças de estação de crescimento e agir rápido, semeando forrageiras anuais de inverno, que não se limitam a aveia preta e azevém. “Com o fim do pasto de verão, está na hora de semear aveias, centeio, azevém, trigo de duplo-propósito, cevada, entre outras alternativas que podem baixar os custos de forrageamento no inverno”, explica Fontaneli.
O pesquisador recomenda maior atenção à densidade de semeadura das gramíneas, atendendo às indicações, sem economizar na quantidade e na qualidade das sementes: “Façam o cálculo de custo por hectare ao invés de apenas analisar o custo por quilo de semente”, ressalta Fontaneli, lembrando que “começar bem a pastagem é muito importante para o resultado final”. Da mesma forma, o investimento em adubação é imprescindível para assegurar boa oferta de volumoso: “foi-se o tempo de pastagem no resíduo da lavoura, hoje deveremos assumir as adubações do sistema produtivo”, conclui Fontaneli.
Para o planejamento forrageiro adequado, é preciso avaliar o ciclo das cultivares disponíveis no mercado, identificando qual a melhor opção para o sistema de produção de rotação/sucessão daquela gleba. “Podemos ter cultivares de aveia preta que produzem bem até agosto e outras que podem produzir até outubro. O que significa ter um mês a mais de pastoreio em economia de silagem/feno e concentrados para suprir o erro da escolha de uma simples cultivar?”, orienta Fontaneli, explicando que é possível alcançar melhores resultados com um trigo forrageiro do que o consórcio de aveia e azevém sem origem conhecida. “Adquira sementes tratadas, invista na pastagem”, diz o pesquisador alertando para a expectativa de períodos quentes durante os dias de outono que podem favorecer o ataque de pulgões, transmissores de viroses, capaz de comprometer as plantas antes mesmo de serem pastejadas.
Ferramentas
Na Região Sul do País, a menor produção de pastagens no outono pode implicar em queda de produtividade de cerca de 50% no leite, afetando o desenvolvimento dos animais.
Um aplicativo desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) pode ajudar o produtor a amenizar os prejuízos com o planejamento forrageiro ao longo do ano. O “Pastejando” pode ser baixado gratuitamente no telefone celular, possibilitando ao produtor avaliar quais as opções de plantas forrageiras são mais interessantes para o sistema de produção e quais as técnicas de manejo mais adequadas.
Segundo o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Clima Temperado Sergio Elmar Bender o aplicativo faz os cálculos automaticamente baseado em informações registradas pelo usuário, como o peso dos animais e a área de produção de pastagens, permitindo o acompanhamento mês a mês sobre a oferta de alimento. “O Pastejando faz uma sequência de avaliações das diferentes alternativas de cultivares e suas formas de utilização, até chegar a uma combinação ideal para o sistema de produção naquela propriedade. É uma antecipação de ações na dinâmica do rebanho e na disponibilidade de oferta de alimento, diminuindo riscos, otimizando recursos e evitando a escassez de forragens”, explica Bender.
O aplicativo faz a projeção das variações do estoque de pastagens com base nos fluxos de entrada e saída. São calculados os valores reais da massa de forragem, acúmulo, desaparecimento, crescimento, consumo e também perdas. O aplicativo calcula a necessidade de consumo de matéria seca (MS) do rebanho, a oferta de MS da propriedade, além de localizar áreas de plantio das forrageiras, utilizando-se de recursos gráficos e estatísticos para demonstrar dados úteis, facilitando o planejamento forrageiro do produtor de leite. O aplicativo Pastejando está disponível para download na Play Store.
Evento
O contexto “Sistemas de produção e eficiência econômica para o sul do Brasil” vai orientar as discussões no Interleite Sul 2018, que acontece dias 9 e 10 de maio, em Chapecó, SC. O pesquisador da Embrapa Trigo Renato Fontaneli vai palestrar o tema “Obtendo o melhor resultado possível a partir da intensificação das pastagens no sul do País”.
O outono começou com clima atípico, ora pela seca, ora pelo frio. Os dias estão mais curtos, com menor horas de sol, temperaturas mais baixas. O pasto está rapado e o produtor descontente com o preço do leite… enfim, cenário nada promissor, mas acontece sempre nessa época do ano. É a crise forrageira de outono.
O vazio outonal é marcado pelo final da estação de crescimento das forrageiras tropicais (ou de estação quente) e o estabelecimento das forragens de inverno. Como os preços do leite estão menos remunerativos, mais atenção deve ser dada aos volumosos de campo, as tradicionais pastagens que sempre custam menos que os alimentos conservados, como silagem e feno. Com o outono chegando acelerado, é preciso antecipar a semeadura das pastagens de inverno.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), Renato Fontaneli, o desafio é perceber a antecipação das mudanças de estação de crescimento e agir rápido, semeando forrageiras anuais de inverno, que não se limitam a aveia preta e azevém. “Com o fim do pasto de verão, está na hora de semear aveias, centeio, azevém, trigo de duplo-propósito, cevada, entre outras alternativas que podem baixar os custos de forrageamento no inverno”, explica Fontaneli.
O pesquisador recomenda maior atenção à densidade de semeadura das gramíneas, atendendo às indicações, sem economizar na quantidade e na qualidade das sementes: “Façam o cálculo de custo por hectare ao invés de apenas analisar o custo por quilo de semente”, ressalta Fontaneli, lembrando que “começar bem a pastagem é muito importante para o resultado final”. Da mesma forma, o investimento em adubação é imprescindível para assegurar boa oferta de volumoso: “foi-se o tempo de pastagem no resíduo da lavoura, hoje deveremos assumir as adubações do sistema produtivo”, conclui Fontaneli.
Para o planejamento forrageiro adequado, é preciso avaliar o ciclo das cultivares disponíveis no mercado, identificando qual a melhor opção para o sistema de produção de rotação/sucessão daquela gleba. “Podemos ter cultivares de aveia preta que produzem bem até agosto e outras que podem produzir até outubro. O que significa ter um mês a mais de pastoreio em economia de silagem/feno e concentrados para suprir o erro da escolha de uma simples cultivar?”, orienta Fontaneli, explicando que é possível alcançar melhores resultados com um trigo forrageiro do que o consórcio de aveia e azevém sem origem conhecida. “Adquira sementes tratadas, invista na pastagem”, diz o pesquisador alertando para a expectativa de períodos quentes durante os dias de outono que podem favorecer o ataque de pulgões, transmissores de viroses, capaz de comprometer as plantas antes mesmo de serem pastejadas.
Ferramentas
Na Região Sul do País, a menor produção de pastagens no outono pode implicar em queda de produtividade de cerca de 50% no leite, afetando o desenvolvimento dos animais.
Um aplicativo desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) pode ajudar o produtor a amenizar os prejuízos com o planejamento forrageiro ao longo do ano. O “Pastejando” pode ser baixado gratuitamente no telefone celular, possibilitando ao produtor avaliar quais as opções de plantas forrageiras são mais interessantes para o sistema de produção e quais as técnicas de manejo mais adequadas.
Segundo o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Clima Temperado Sergio Elmar Bender o aplicativo faz os cálculos automaticamente baseado em informações registradas pelo usuário, como o peso dos animais e a área de produção de pastagens, permitindo o acompanhamento mês a mês sobre a oferta de alimento. “O Pastejando faz uma sequência de avaliações das diferentes alternativas de cultivares e suas formas de utilização, até chegar a uma combinação ideal para o sistema de produção naquela propriedade. É uma antecipação de ações na dinâmica do rebanho e na disponibilidade de oferta de alimento, diminuindo riscos, otimizando recursos e evitando a escassez de forragens”, explica Bender.
O aplicativo faz a projeção das variações do estoque de pastagens com base nos fluxos de entrada e saída. São calculados os valores reais da massa de forragem, acúmulo, desaparecimento, crescimento, consumo e também perdas. O aplicativo calcula a necessidade de consumo de matéria seca (MS) do rebanho, a oferta de MS da propriedade, além de localizar áreas de plantio das forrageiras, utilizando-se de recursos gráficos e estatísticos para demonstrar dados úteis, facilitando o planejamento forrageiro do produtor de leite. O aplicativo Pastejando está disponível para download na Play Store.
Evento
O contexto “Sistemas de produção e eficiência econômica para o sul do Brasil” vai orientar as discussões no Interleite Sul 2018, que acontece dias 9 e 10 de maio, em Chapecó, SC. O pesquisador da Embrapa Trigo Renato Fontaneli vai palestrar o tema “Obtendo o melhor resultado possível a partir da intensificação das pastagens no sul do País”.