Brasília está sediando nesta semana o 8º Fórum Mundial das Águas, e a temática da sustentabilidade na agropecuária e da importância do uso e manejo adequados do solo tem sido amplamente discutida. Nessa quarta-feira (21/3), a pesquisadora da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) Azeneth Schuler participou de um painel que discutiu a contribuição da gestão da água e do solo para a mitigação das mudanças climáticas, ao lado de representantes de instituições do Egito, Coreia do Sul e Estados Unidos.
A barragem subterrânea foi uma das tecnologias exitosas no Brasil apresentada pela pesquisadora. Facilmente replicável, a barragem mantém a umidade do solo por período de três a cinco meses após o período de chuvas. Com a captação e armazenamento das águas pluviais, agricultores do Seminárido nordestino têm conseguido manter a atividade de produção de alimentos e criação de pequenos animais durante o período da seca.
No painel sobre Água para a agricultura e produção de alimentos, realizado durante o Fórum na última terça-feira (20/3), o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, já havia destacado a implementação da política de agricultura de baixo carbono como uma estratégia de enorme impacto no uso do solo, da água e da biodiversidade. Ele citou a incorporação de práticas sustentáveis, como o plantio direto e a adoção dos sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, como formas de manter a proteção do solo, com garantia de recomposição das reservas de água.
Lopes lembrou ainda dos impactos positivos da tecnologia na atividade agropecuária a partir da implementação de políticas públicas como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que contribui com o monitoramento do uso do solo e da terra de maneira inteligente para cada região e cultivo.
No dia da abertura do Fórum, segunda-feira (19/3), a pesquisadora Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe-geral da Embrapa Cocais (São Luís, MA), participou de uma plenária sobre degradação do solo. Mais de 33% dos solos em todo o mundo apresentam degradação de moderada a alta. A principal causa, que vem preocupando cientistas de vários países e foi levantada pelo Painel Técnico Intergovernamental em Solos (ITPS), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é a má gestão do solo e da água. As consequências são erosão, perda da matéria orgânica e da biodiversidade, acidificação, salinização, compactação, poluição, inundações e impermeabilização dos solos.
Os dados constam no relatório sobre o estado dos recursos do solo do mundo (State of the World Soil Resources), da FAO. Na palestra, Maria de Lourdes abordou a importância do solo para a produção de água, alimentos, fibras, energia e serviços ambientais e mencionou as recomendações estratégicas das “Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentável dos Solos”, também elaboradas pelo ITPS.
PSA Hídrico
A Embrapa Solos também está apresentando no Fórum, no Mercado de Soluções da Vila Cidadã, a experiência do Manual para pagamento por serviços ambientais hídricos, cujo principal objetivo é incentivar o homem do campo a adotar práticas conservacionistas, mostrando as vantagens do Pagamento por Serviços Ambientais Hídricos (PSA Hídrico).
“A publicação apresenta os três conjuntos de métodos capazes de nortear uma iniciativa em PSA Hídrico: seleção de indicadores, monitoramento e seleção de áreas prioritárias”, explica a pesquisadora Rachel Bardy Prado, responsável por apresentar a experiência no evento internacional.
O PSA Hídrico é um instrumento de compensação que está se tornando mais comum no Brasil. No campo, ele contribui com a provisão de serviços ambientais, valorizando o papel do produtor na conservação ao premiar aqueles que conservam os solos, protegem as matas e recuperam nascentes e matas ciliares.
O manual já está sendo seguido por comunidades do Rio de Janeiro no âmbito do programa Produtores de Água e Floresta (PAF), que teve início em 2007 com produtores das microbacias do Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de 80% da água consumida na cidade do Rio e demais municípios da região metropolitana.
Participaram da elaboração do documento pesquisadores da Embrapa Solos e colaboradores de outros centros de pesquisa da Empresa e de parceiros externos – Agência Nacional de Águas (ANA), The Nature Conservancy (TNC) e Fundação Boticário.
E-book resume quatro décadas de pesquisa
Resultados de mais de 40 anos de pesquisa desenvolvida sobre o uso sustentável da água estão reunidos em uma única publicação, que a Embrapa lançou oficialmente neste Dia Mundial da Água (22/3), durante o 8º Fórum Mundial da Água, no auditório da Casa Brasil, no estádio Mané Garrincha “Água e Saneamento – Contribuições da Embrapa” é o primeiro título a ser lançado do total de 18 que compõem a Coleção Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, editada pela Empresa.
A publicação contou com a participação de mais de 35 pesquisadores de centros de pesquisa de todo o Brasil, envolvidos em soluções tecnológicas geradas ou adaptadas pela Embrapa. O objetivo da publicação, em formato e-book, é apresentar à sociedade como a ciência desenvolvida pela Empresa tem contribuído para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável assumidas pelo País.
“Este e-book reúne inúmeras soluções tecnológicas que visam ao uso eficiente da água e ao saneamento adequado no contexto da agropecuária”, disse a pesquisadora da Embrapa Solos Maria Sonia Lopes da Silva, editora da publicação.
Para baixar a publicação, clique aqui. O e-book está no formato EPUB, e para fazer sua leitura é necessário o download gratuito pela internet de um programa leitor. Recomenda-se o EpubReader no navegador Firefox ou o Readium, no navegador Chrome.
O 8º Fórum Mundial da Água segue até esta sexta-feira (23/3).
Brasília está sediando nesta semana o 8º Fórum Mundial das Águas, e a temática da sustentabilidade na agropecuária e da importância do uso e manejo adequados do solo tem sido amplamente discutida. Nessa quarta-feira (21/3), a pesquisadora da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) Azeneth Schuler participou de um painel que discutiu a contribuição da gestão da água e do solo para a mitigação das mudanças climáticas, ao lado de representantes de instituições do Egito, Coreia do Sul e Estados Unidos.
A barragem subterrânea foi uma das tecnologias exitosas no Brasil apresentada pela pesquisadora. Facilmente replicável, a barragem mantém a umidade do solo por período de três a cinco meses após o período de chuvas. Com a captação e armazenamento das águas pluviais, agricultores do Seminárido nordestino têm conseguido manter a atividade de produção de alimentos e criação de pequenos animais durante o período da seca.
No painel sobre Água para a agricultura e produção de alimentos, realizado durante o Fórum na última terça-feira (20/3), o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, já havia destacado a implementação da política de agricultura de baixo carbono como uma estratégia de enorme impacto no uso do solo, da água e da biodiversidade. Ele citou a incorporação de práticas sustentáveis, como o plantio direto e a adoção dos sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, como formas de manter a proteção do solo, com garantia de recomposição das reservas de água.
Lopes lembrou ainda dos impactos positivos da tecnologia na atividade agropecuária a partir da implementação de políticas públicas como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que contribui com o monitoramento do uso do solo e da terra de maneira inteligente para cada região e cultivo.
No dia da abertura do Fórum, segunda-feira (19/3), a pesquisadora Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe-geral da Embrapa Cocais (São Luís, MA), participou de uma plenária sobre degradação do solo. Mais de 33% dos solos em todo o mundo apresentam degradação de moderada a alta. A principal causa, que vem preocupando cientistas de vários países e foi levantada pelo Painel Técnico Intergovernamental em Solos (ITPS), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é a má gestão do solo e da água. As consequências são erosão, perda da matéria orgânica e da biodiversidade, acidificação, salinização, compactação, poluição, inundações e impermeabilização dos solos.
Os dados constam no relatório sobre o estado dos recursos do solo do mundo (State of the World Soil Resources), da FAO. Na palestra, Maria de Lourdes abordou a importância do solo para a produção de água, alimentos, fibras, energia e serviços ambientais e mencionou as recomendações estratégicas das “Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentável dos Solos”, também elaboradas pelo ITPS.
PSA Hídrico
A Embrapa Solos também está apresentando no Fórum, no Mercado de Soluções da Vila Cidadã, a experiência do Manual para pagamento por serviços ambientais hídricos, cujo principal objetivo é incentivar o homem do campo a adotar práticas conservacionistas, mostrando as vantagens do Pagamento por Serviços Ambientais Hídricos (PSA Hídrico).
“A publicação apresenta os três conjuntos de métodos capazes de nortear uma iniciativa em PSA Hídrico: seleção de indicadores, monitoramento e seleção de áreas prioritárias”, explica a pesquisadora Rachel Bardy Prado, responsável por apresentar a experiência no evento internacional.
O PSA Hídrico é um instrumento de compensação que está se tornando mais comum no Brasil. No campo, ele contribui com a provisão de serviços ambientais, valorizando o papel do produtor na conservação ao premiar aqueles que conservam os solos, protegem as matas e recuperam nascentes e matas ciliares.
O manual já está sendo seguido por comunidades do Rio de Janeiro no âmbito do programa Produtores de Água e Floresta (PAF), que teve início em 2007 com produtores das microbacias do Rio Guandu, responsável pelo abastecimento de 80% da água consumida na cidade do Rio e demais municípios da região metropolitana.
Participaram da elaboração do documento pesquisadores da Embrapa Solos e colaboradores de outros centros de pesquisa da Empresa e de parceiros externos – Agência Nacional de Águas (ANA), The Nature Conservancy (TNC) e Fundação Boticário.
E-book resume quatro décadas de pesquisa
Resultados de mais de 40 anos de pesquisa desenvolvida sobre o uso sustentável da água estão reunidos em uma única publicação, que a Embrapa lançou oficialmente neste Dia Mundial da Água (22/3), durante o 8º Fórum Mundial da Água, no auditório da Casa Brasil, no estádio Mané Garrincha “Água e Saneamento – Contribuições da Embrapa” é o primeiro título a ser lançado do total de 18 que compõem a Coleção Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, editada pela Empresa.
A publicação contou com a participação de mais de 35 pesquisadores de centros de pesquisa de todo o Brasil, envolvidos em soluções tecnológicas geradas ou adaptadas pela Embrapa. O objetivo da publicação, em formato e-book, é apresentar à sociedade como a ciência desenvolvida pela Empresa tem contribuído para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável assumidas pelo País.
“Este e-book reúne inúmeras soluções tecnológicas que visam ao uso eficiente da água e ao saneamento adequado no contexto da agropecuária”, disse a pesquisadora da Embrapa Solos Maria Sonia Lopes da Silva, editora da publicação.
Para baixar a publicação, clique aqui. O e-book está no formato EPUB, e para fazer sua leitura é necessário o download gratuito pela internet de um programa leitor. Recomenda-se o EpubReader no navegador Firefox ou o Readium, no navegador Chrome.
O 8º Fórum Mundial da Água segue até esta sexta-feira (23/3).