Água, natureza e alimento. A combinação tem confrontado o Brasil do presente com o Brasil futuro e motivado esforços na busca por avanços no conhecimento. Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, apesar de o país estar vencendo o desafio de tratar o nexo entre os três elementos, é preciso fortalecer a capacidade de criar oportunidades e encontrar soluções ágeis e inteligentes para enfrentar um cenário em constante transformação.
Maurício Lopes foi um dos palestrantes no painel de alto nível, realizado na manhã de terça-feira, dia 20 de março, sobre Água para a agricultura e produção de alimentos, durante o 8º Fórum Mundial da Água, no Centro de Convenções de Brasília. Diante de autoridades e representantes de vários países, entre as quais o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ele falou sobre as conquistas brasileiras nos últimos 40 anos, quando foi necessário revolucionar o modelo agropecuário, com foco no papel do Brasil como país provedor de alimentos.
“A boa notícia brasileira é tecnologia”, disse ele, referindo-se ao passado em que se produzia riqueza no campo com 70% de trabalho e terra, modelo que acabou sendo revertido para o investimento em recursos tecnológicos que, hoje, reduziram o peso da terra e do trabalho a apenas 30% da produção agropecuária. “A tecnologia ajudou o Brasil a mudar e vai seguir dando respostas à nossa sociedade”.
Segundo ele, se o país tivesse mantido o padrão de produção de alimentos dos anos 1950, atualmente seriam necessários 200 milhões de hectares a mais para plantar, o que significaria uma séria ameaça às florestas, com a necessidade de desmatar para suprir a população com alimentos. O presidente da Embrapa chamou a atenção para a preservação de 66% do território nacional coberto de vegetação nativa e destacou o Código Florestal, que torna obrigatória a proteção das fontes de água, as margens dos rios e os percentuais de mata original. “Acho que somos o único país do mundo que torna mandatório que os produtores promovam essa proteção em suas propriedades”.
Fórmula que deu certo – Na avaliação de Lopes, a fórmula para que a tecnologia tenha impactado positivamente na atividade agropecuária é resultado de um grande investimento em capacitação, treinamentos e políticas públicas, como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que contribui com o monitoramento do uso do solo e da terra de maneira inteligente para cada região e cultivo.
Sobre os novos investimentos tecnológicos, Maurício Lopes lembrou a implementação da política de agricultura de baixo carbono. “É uma estratégia que tem enorme impacto no uso da água e da biodiversidade”, disse. Ele citou a incorporação de práticas sustentáveis como plantio direto, a adoção dos sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, formas de manter a proteção do solo, com garantia de recomposição da reservas de água.
Desafios a superar – Mesmo com os esforços e avanços que a tecnologia tem trazido em todos os segmentos do setor agropecuário, ainda persiste a preocupação, principalmente com regiões brasileiras onde prevalece uma agricultura pobre e produtores com dificuldade de acesso ao conhecimento e à informação. “A Embrapa vem se esforçando para contribuir com a mudança dessa realidade”, explicou.
No contexto dos desafios da agropecuária, Maurício Lopes falou sobre a emergência da bioeconomia, de base biológica e de baixo impacto, e sobre a economia circular, que prevê o reuso e a reciclagem dos recursos como possibilidade de superação das dificuldades do futuro. Sobre o que chamou de “caixa de ferramentas” da agropecuária, destacou os tempos de franca evolução tecnológica, com a transformação digital que está trazendo conhecimentos como big data, a internet das coisas e a computação cognitiva.
Exemplo brasileiro – Para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Brasil é um país privilegiado. “Só 10% da produção agrícola nacional usam irrigação e o restante aproveitam a água da chuva”. Ele destacou que a transposição do São Francisco está vindo para amenizar as restrições climáticas do Nordeste. “Os países devem seguir o exemplo brasileiro, que tem trabalhado para garantir a preservação das matas, rios e córregos e da biodiversidade, além da adoção de práticas voltadas à água com qualidade”.
Organizado pelo Instituto Mundial da Água para a Alimentação (Nebraska/USA), em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o painel foi mediado pelo diretor executivo do Instituto Global Agua para Alimentação, Peter McCornick. Participaram o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Celestino Zanella; a diretora-geral do Instituto Internacional de Gestão da Água, Cláudia Sadoff; e a ministra da Agricultura, Pesca, Alimentação e Meio Ambiente da Espanha, Isabel Garcia Tejerina. Entre os temas abordados, inovações tecnológicas para o uso eficiente da água na produção de alimentos; gerenciamento hídrico, resolução de conflitos entre usuários de água; verticalização de uso de água e a produção em novas áreas de desenvolvimento agrícolas.
Água, natureza e alimento. A combinação tem confrontado o Brasil do presente com o Brasil futuro e motivado esforços na busca por avanços no conhecimento. Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, apesar de o país estar vencendo o desafio de tratar o nexo entre os três elementos, é preciso fortalecer a capacidade de criar oportunidades e encontrar soluções ágeis e inteligentes para enfrentar um cenário em constante transformação.
Maurício Lopes foi um dos palestrantes no painel de alto nível, realizado na manhã de terça-feira, dia 20 de março, sobre Água para a agricultura e produção de alimentos, durante o 8º Fórum Mundial da Água, no Centro de Convenções de Brasília. Diante de autoridades e representantes de vários países, entre as quais o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ele falou sobre as conquistas brasileiras nos últimos 40 anos, quando foi necessário revolucionar o modelo agropecuário, com foco no papel do Brasil como país provedor de alimentos.
“A boa notícia brasileira é tecnologia”, disse ele, referindo-se ao passado em que se produzia riqueza no campo com 70% de trabalho e terra, modelo que acabou sendo revertido para o investimento em recursos tecnológicos que, hoje, reduziram o peso da terra e do trabalho a apenas 30% da produção agropecuária. “A tecnologia ajudou o Brasil a mudar e vai seguir dando respostas à nossa sociedade”.
Segundo ele, se o país tivesse mantido o padrão de produção de alimentos dos anos 1950, atualmente seriam necessários 200 milhões de hectares a mais para plantar, o que significaria uma séria ameaça às florestas, com a necessidade de desmatar para suprir a população com alimentos. O presidente da Embrapa chamou a atenção para a preservação de 66% do território nacional coberto de vegetação nativa e destacou o Código Florestal, que torna obrigatória a proteção das fontes de água, as margens dos rios e os percentuais de mata original. “Acho que somos o único país do mundo que torna mandatório que os produtores promovam essa proteção em suas propriedades”.
Fórmula que deu certo – Na avaliação de Lopes, a fórmula para que a tecnologia tenha impactado positivamente na atividade agropecuária é resultado de um grande investimento em capacitação, treinamentos e políticas públicas, como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que contribui com o monitoramento do uso do solo e da terra de maneira inteligente para cada região e cultivo.
Sobre os novos investimentos tecnológicos, Maurício Lopes lembrou a implementação da política de agricultura de baixo carbono. “É uma estratégia que tem enorme impacto no uso da água e da biodiversidade”, disse. Ele citou a incorporação de práticas sustentáveis como plantio direto, a adoção dos sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta, formas de manter a proteção do solo, com garantia de recomposição da reservas de água.
Desafios a superar – Mesmo com os esforços e avanços que a tecnologia tem trazido em todos os segmentos do setor agropecuário, ainda persiste a preocupação, principalmente com regiões brasileiras onde prevalece uma agricultura pobre e produtores com dificuldade de acesso ao conhecimento e à informação. “A Embrapa vem se esforçando para contribuir com a mudança dessa realidade”, explicou.
No contexto dos desafios da agropecuária, Maurício Lopes falou sobre a emergência da bioeconomia, de base biológica e de baixo impacto, e sobre a economia circular, que prevê o reuso e a reciclagem dos recursos como possibilidade de superação das dificuldades do futuro. Sobre o que chamou de “caixa de ferramentas” da agropecuária, destacou os tempos de franca evolução tecnológica, com a transformação digital que está trazendo conhecimentos como big data, a internet das coisas e a computação cognitiva.
Exemplo brasileiro – Para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Brasil é um país privilegiado. “Só 10% da produção agrícola nacional usam irrigação e o restante aproveitam a água da chuva”. Ele destacou que a transposição do São Francisco está vindo para amenizar as restrições climáticas do Nordeste. “Os países devem seguir o exemplo brasileiro, que tem trabalhado para garantir a preservação das matas, rios e córregos e da biodiversidade, além da adoção de práticas voltadas à água com qualidade”.
Organizado pelo Instituto Mundial da Água para a Alimentação (Nebraska/USA), em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o painel foi mediado pelo diretor executivo do Instituto Global Agua para Alimentação, Peter McCornick. Participaram o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Celestino Zanella; a diretora-geral do Instituto Internacional de Gestão da Água, Cláudia Sadoff; e a ministra da Agricultura, Pesca, Alimentação e Meio Ambiente da Espanha, Isabel Garcia Tejerina. Entre os temas abordados, inovações tecnológicas para o uso eficiente da água na produção de alimentos; gerenciamento hídrico, resolução de conflitos entre usuários de água; verticalização de uso de água e a produção em novas áreas de desenvolvimento agrícolas.