Este mês, Brasília sediará o maior evento sobre recursos hídricos: o 8º Fórum Mundial da Água, que é realizado pela primeira vez no Hemisfério Sul e tem como tema ‘Compartilhando Água’. O fórum acontecerá de 18 a 23 de março de 2018, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães e no Estádio Nacional Mané Garrincha. Espera-se a participação de 10 mil inscritos de 160 países, além de cerca de 45 mil pessoas, contando o público que circulará pela Vila Cidadã, um espaço de entretenimento e educação gratuito e aberto à população.
Realizado desde 1997, o Fórum Mundial da Água tem como objetivo contribuir para o diálogo sobre o tema em nível global, para o uso racional e sustentável desse recurso. “Não se trata apenas de um evento técnico-científico, mas de um processo de transformação contínuo para catalisar mudanças positivas para o setor de água, com abrangência mundial, por meio de parcerias e alianças entre regiões”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF), Jorge Werneck. Ele é um dos representantes do Brasil no Comitê Diretivo Internacional (CDI), instância decisória máxima das ações do Fórum, e coordena a comissão que trata do Processo Temático, responsável pela preparação da programação temática do evento.
Embrapa Cocais marca presença – A Unidade da Embrapa no Maranhão estará presente em uma das sessões temáticas com palestra sobre “Manejo e conservação do solo e da água para a produção de alimentos”, a ser ministrada pela chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, dia 19 de março, das 16h30 às 18h. Será abordada a importância do solo para a produção de água e alimentos, fibras, energia e serviços ambientais, bem como as recomendações estratégicas das Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentável dos Solos, documento elaborado pelo Painel Técnico Intergovernamental em Solos – ITPS da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, do qual a pesquisadora é membro ativo desde 2013.
A sessão incluirá também estudos de casos e discussões sobre formas bem-sucedidas de introduzir e implementar ferramentas e técnicas de disseminação de informações e tecnologia relacionadas ao aprimoramento das práticas de conservação do solo e da água e à disponibilidade de água em bacias hidrográficas.
Segundo Maria de Lourdes Mendonça, o conhecimento e a aplicação das boas práticas de manejo e conservação dos solos agrícolas garantem aumento na disponibilidade de água de qualidade em bacias hidrográficas e nos ciclos biogeoquímicos da terra que, por sua vez, contribuem para a produção sustentável de alimentos e serviços ambientais diversos. É o que se chama gestão integrada do solo e da água, fundamental e estratégica para a produção agrícola sustentável. Para ela, a gestão da matéria orgânica do solo, a melhoria da infiltração de água e sua porosidade, além de tecnologias de gestão eficiente da irrigação ajudam a melhorar a produtividade e as condições de saúde do solo. O segundo passo desse processo envolve as políticas públicas e legislações que devem estimular o produtor na aplicação das boas práticas de manejo sustentável dos recursos solo e água em suas propriedades.
“No momento em que a disponibilidade de água passa a ocupar destaque em todos os meios, mais uma vez a conservação de solo é algo a ser considerado. Produzir água de qualidade também é um atributo da agricultura. Mas a produção e a qualidade da água dependem fundamentalmente do sistema de manejo de solo utilizado. Além disso, a degradação do solo também contribui de forma decisiva para o aumento da quantidade de gases de efeito estufa que são emitidos para atmosfera. Assim, o aumento do teor de matéria orgânica do solo, a rotação de culturas e outras práticas de manejo adequadas proporcionam melhoria da qualidade solo, o que aumenta a produtividade agrícola e a mitigação de gases de efeito estufa, garantindo segurança alimentar e mais qualidade de vida para a população. Sabe-se que os solos com alto teor de matéria orgânica são mais férteis e produtivos e atuam na purificação da água, além de serem fonte de biodiversidade. Por outro lado, quando o solo é mal manejado ou degradado (situação que atinge um terço dos solos no mundo!), o carbono sequestrado e outros gases de efeito estufa são reliberados de volta para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global”, adianta a pesquisadora.
Engajamento internacional – Para deter os processos de degradação dos solos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO estabeleceu, em 2012, a Aliança Mundial para os Solos – AMS (“Global Soil Partnership – GSP”), que tem como principal órgão consultivo o Painel Técnico Intergovernamental em Solos, de sigla ITPS em inglês. Maria de Lourdes Mendonça é a representante do Brasil e da América Latina e Caribe no ITPS, desde 2013, estando hoje em seu segundo mandato.
O Painel de Solos, desde sua primeira edição, trabalhou na descrição e implantação dos cinco Pilares da Aliança Mundial do Solo e discutiu e produziu importantes contribuições para ampliar o conhecimento dos solos no mundo, a exemplo da revisão da Carta Mundial de Solos, do relatório “Status of the World Soil Resource Report (WSRR)” e as Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentavel dos Solos, dentre outros documentos, que podem ser consultados na página da FAO. Acesse em: http://www.fao.org/global-soil-partnership/intergovernmental-technical-panel-soils/en/
Programação Fórum Mundial da Água – Conta com mais de 300 sessões temáticas e terá a participação dos maiores especialistas sobre o tema água em todo o mundo. As sessões estão divididas em nove grandes eixos: clima, pessoas, desenvolvimento, urbano, ecossistemas, financiamento, compartilhando, capacitação e governança. Estão incluídos debates relativos a mulheres, indígenas, diversidade, rios urbanos, agricultura familiar, áreas úmidas, saneamento, mudanças climáticas, energia, entre outros. A situação da água nas regiões da América, Europa, Ásia e Pacífico, África, Mediterrâneo e região árabe também será debatida.
A programação completa do 8º Fórum Mundial da Água está disponível na Internet (http://www.worldwaterforum8.org/) e no aplicativo oficial World Water Forum 8, disponível para sistemas iOS, na Apple Store, e Android, no Google Play.
Mais sobre o evento – O evento é realizado a cada três anos com organização do Conselho Mundial da Água. Tradicionalmente o Fórum conta com a participação dos principais especialistas, gestores e organizações (governo, empresas, instituições científicas etc) envolvidas com a questão da água no planeta.
Nesta sua oitava edição, o Fórum é realizado e organizado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, Governo do Distrito Federal e Conselho Mundial da Água, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Fundado em 1996 e com sede permanente na cidade de Marselha (França), o Conselho Mundial da Água reúne cerca de 400 instituições relacionadas à temática de recursos hídricos em cerca de 70 países.
As edições anteriores do Fórum Mundial da Água aconteceram em Marraquexe, Marrocos (1997); Haia, Holanda (2000); Quioto, Shiga e Osaka, Japão (2003); Cidade do México, México (2006); Istambul, Turquia (2009); Marselha, França (2012); e Daegu e Gyeongbuk, Coreia do Sul (2015).
Este mês, Brasília sediará o maior evento sobre recursos hídricos: o 8º Fórum Mundial da Água, que é realizado pela primeira vez no Hemisfério Sul e tem como tema ‘Compartilhando Água’. O fórum acontecerá de 18 a 23 de março de 2018, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães e no Estádio Nacional Mané Garrincha. Espera-se a participação de 10 mil inscritos de 160 países, além de cerca de 45 mil pessoas, contando o público que circulará pela Vila Cidadã, um espaço de entretenimento e educação gratuito e aberto à população.
Realizado desde 1997, o Fórum Mundial da Água tem como objetivo contribuir para o diálogo sobre o tema em nível global, para o uso racional e sustentável desse recurso. “Não se trata apenas de um evento técnico-científico, mas de um processo de transformação contínuo para catalisar mudanças positivas para o setor de água, com abrangência mundial, por meio de parcerias e alianças entre regiões”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF), Jorge Werneck. Ele é um dos representantes do Brasil no Comitê Diretivo Internacional (CDI), instância decisória máxima das ações do Fórum, e coordena a comissão que trata do Processo Temático, responsável pela preparação da programação temática do evento.
Embrapa Cocais marca presença – A Unidade da Embrapa no Maranhão estará presente em uma das sessões temáticas com palestra sobre “Manejo e conservação do solo e da água para a produção de alimentos”, a ser ministrada pela chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, dia 19 de março, das 16h30 às 18h. Será abordada a importância do solo para a produção de água e alimentos, fibras, energia e serviços ambientais, bem como as recomendações estratégicas das Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentável dos Solos, documento elaborado pelo Painel Técnico Intergovernamental em Solos – ITPS da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, do qual a pesquisadora é membro ativo desde 2013.
A sessão incluirá também estudos de casos e discussões sobre formas bem-sucedidas de introduzir e implementar ferramentas e técnicas de disseminação de informações e tecnologia relacionadas ao aprimoramento das práticas de conservação do solo e da água e à disponibilidade de água em bacias hidrográficas.
Segundo Maria de Lourdes Mendonça, o conhecimento e a aplicação das boas práticas de manejo e conservação dos solos agrícolas garantem aumento na disponibilidade de água de qualidade em bacias hidrográficas e nos ciclos biogeoquímicos da terra que, por sua vez, contribuem para a produção sustentável de alimentos e serviços ambientais diversos. É o que se chama gestão integrada do solo e da água, fundamental e estratégica para a produção agrícola sustentável. Para ela, a gestão da matéria orgânica do solo, a melhoria da infiltração de água e sua porosidade, além de tecnologias de gestão eficiente da irrigação ajudam a melhorar a produtividade e as condições de saúde do solo. O segundo passo desse processo envolve as políticas públicas e legislações que devem estimular o produtor na aplicação das boas práticas de manejo sustentável dos recursos solo e água em suas propriedades.
“No momento em que a disponibilidade de água passa a ocupar destaque em todos os meios, mais uma vez a conservação de solo é algo a ser considerado. Produzir água de qualidade também é um atributo da agricultura. Mas a produção e a qualidade da água dependem fundamentalmente do sistema de manejo de solo utilizado. Além disso, a degradação do solo também contribui de forma decisiva para o aumento da quantidade de gases de efeito estufa que são emitidos para atmosfera. Assim, o aumento do teor de matéria orgânica do solo, a rotação de culturas e outras práticas de manejo adequadas proporcionam melhoria da qualidade solo, o que aumenta a produtividade agrícola e a mitigação de gases de efeito estufa, garantindo segurança alimentar e mais qualidade de vida para a população. Sabe-se que os solos com alto teor de matéria orgânica são mais férteis e produtivos e atuam na purificação da água, além de serem fonte de biodiversidade. Por outro lado, quando o solo é mal manejado ou degradado (situação que atinge um terço dos solos no mundo!), o carbono sequestrado e outros gases de efeito estufa são reliberados de volta para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global”, adianta a pesquisadora.
Engajamento internacional – Para deter os processos de degradação dos solos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO estabeleceu, em 2012, a Aliança Mundial para os Solos – AMS (“Global Soil Partnership – GSP”), que tem como principal órgão consultivo o Painel Técnico Intergovernamental em Solos, de sigla ITPS em inglês. Maria de Lourdes Mendonça é a representante do Brasil e da América Latina e Caribe no ITPS, desde 2013, estando hoje em seu segundo mandato.
O Painel de Solos, desde sua primeira edição, trabalhou na descrição e implantação dos cinco Pilares da Aliança Mundial do Solo e discutiu e produziu importantes contribuições para ampliar o conhecimento dos solos no mundo, a exemplo da revisão da Carta Mundial de Solos, do relatório “Status of the World Soil Resource Report (WSRR)” e as Diretrizes Voluntárias para o Manejo Sustentavel dos Solos, dentre outros documentos, que podem ser consultados na página da FAO. Acesse em: http://www.fao.org/global-soil-partnership/intergovernmental-technical-panel-soils/en/
Programação Fórum Mundial da Água – Conta com mais de 300 sessões temáticas e terá a participação dos maiores especialistas sobre o tema água em todo o mundo. As sessões estão divididas em nove grandes eixos: clima, pessoas, desenvolvimento, urbano, ecossistemas, financiamento, compartilhando, capacitação e governança. Estão incluídos debates relativos a mulheres, indígenas, diversidade, rios urbanos, agricultura familiar, áreas úmidas, saneamento, mudanças climáticas, energia, entre outros. A situação da água nas regiões da América, Europa, Ásia e Pacífico, África, Mediterrâneo e região árabe também será debatida.
A programação completa do 8º Fórum Mundial da Água está disponível na Internet (http://www.worldwaterforum8.org/) e no aplicativo oficial World Water Forum 8, disponível para sistemas iOS, na Apple Store, e Android, no Google Play.
Mais sobre o evento – O evento é realizado a cada três anos com organização do Conselho Mundial da Água. Tradicionalmente o Fórum conta com a participação dos principais especialistas, gestores e organizações (governo, empresas, instituições científicas etc) envolvidas com a questão da água no planeta.
Nesta sua oitava edição, o Fórum é realizado e organizado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, Governo do Distrito Federal e Conselho Mundial da Água, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Fundado em 1996 e com sede permanente na cidade de Marselha (França), o Conselho Mundial da Água reúne cerca de 400 instituições relacionadas à temática de recursos hídricos em cerca de 70 países.
As edições anteriores do Fórum Mundial da Água aconteceram em Marraquexe, Marrocos (1997); Haia, Holanda (2000); Quioto, Shiga e Osaka, Japão (2003); Cidade do México, México (2006); Istambul, Turquia (2009); Marselha, França (2012); e Daegu e Gyeongbuk, Coreia do Sul (2015).